14 de março de 2017

Sobre minha experiência com o anticoncepcional, menstruação e endometriose

Cotidiano

Falar sobre anticoncepcional é praticamente chamar para guerra toda uma espécie chamada mulher. Há as que condenem veementemente a utilização do medicamento, há as que o defendam com unhas e dentes e há as que permeiam entre dúvidas, muitas delas por falta de informação ou relatos incompletos de terceiros.

De forma geral, acompanho o máximo possível de discussões sobre o tema e compreendo todas as suas vertentes, sem julgar qualquer uma delas. Acho que cada uma de nós tem os seus motivos para concordar, discordar ou relutar quanto ao uso de qualquer substância medicamentosa.

anticoncepcional - elani 3

No entanto, vejo que, apesar da informação, muita gente ainda trata o tema como tabu. Por isso, resolvi falar abertamente sobre a minha experiência com anticoncepcional. Mais precisamente com o Elani e o Qlaiara, que foram os dois medicamentos que usei até hoje.

Mas antes de falar como cheguei a cada um deles, seus efeitos e minhas impressões,  acho necessário fazer algumas pontuações.

Um breve relato sobre a minha menstruação

Minha primeira menstruação veio numa tarde de novembro de 1996, aos 12 anos. Eu já havia sido informada de que ela poderia chegar a qualquer momento, então não tive neuras com isso. Acontece que, desde o primeiro ciclo – que sempre foi bem regular -, meu fluxo era muito longo. No mínimo, oito dias, mas já chegamos a nos fazer companhia por 16!

Nessa época, o fluxo não era tão forte, exceto pelo segundo dia, que me impossibilitava de sair da cama sem ter sujado, no mínimo, a calcinha, o short e o lençol… Mas todo mundo dizia que era “assim mesmo” e acabei ficando nessa situação por uns bons anos…

Endometriose – o início de tudo

No finalzinho de 2008, meu fluxo já era de uns cinco dias, no máximo. No entanto, aquele meu segundo dia da menstruação, que já era tenso, começou a ficar verdadeiramente insuportável.

Sentia minhas pernas muito pesadas e um fluxo muito forte. Qualquer movimento diferente causava um vazamento sem igual. Não tinha cólicas abdominais. Toda dor era concentrada nas pernas. Eu não conseguia ir ao trabalho, ficava horas deitada na cama, sem motivação até para as coisas de que gostava. Era só nesse dia, mas era péssimo.

Foi então que meu ginecologista suspeitou de endometriose, que – de forma muito grosseira – nada mais é que uma doença na qual o endométrio (parede que reveste a parte interna do útero) não é expelido na menstruação, podendo se firmar em outras partes do corpo, tais como ovários, intestino, reto, bexiga, parte externa do útero, dentre outras, podendo (po-den-do, não é a regra, tá?!) provocar infertilidade.

Suspeitou porque, na época, eu ainda era virgem e o único exame “ginecológico” que eu fazia era a ultrassonografia pélvica. No entanto, nessa ultrassonografia já apareciam alguns pequenos focos de endometriose na bexiga e num dos ovários.

Assim, fui conduzida a uma videolaparoscopia que constatou outros mínimos focos no reto e no intestino.

Anticoncepcional continuado: e agora?

Durante as várias conversas antes da cirurgia, já havia sido informada pelo meu médico que o tratamento posterior seria o anticoncepcional continuado (sem interrupção), a fim de evitar novos focos da endometriose.

Sempre fui muito avessa à ingestão medicamentosa e ter o anticoncepcional como obrigação diária me deixou um pouco frustrada. Eu não queria – mas tinha – que tomar remédio, sabe? Todo santo dia, com pausas de seis em seis meses.

Pensei nos riscos hormonais, no aumento de peso, nos efeitos colaterais, numa possível trombose… Na minha cabeça,eu estaria me drogando loucamente a troco de uma cobrança cultural na qual eu “teria que preservar meu útero para quando decidisse engravidar”.

Meu ginecologista ouviu todos os meus questionamentos e foi super responsável. Passou todos, tooooodos os exames hormonais e de trombofilia necessários para decidirmos, juntos, qual seria a medicação mais adequada.

Elani 28- meu primeiro anticoncepcional

Como todos os meus exames de trombofilia deram normais e livre de riscos, naquele momento, o anticoncepcional escolhido foi o Elani 28, que é uma combinação de dois hormônios (estrogênio e progesterona) em 28 comprimidos, ingeridos de forma continuada.

anticoncepcional -elani 1

Sei – e li muito – que esse é o tipo de medicamento que mais afeta as mulheres em questões de trombofilia, mas, como disse, eu fiz todos os exames necessários e estava “apta” a usar o medicamento. Portanto, reitero a importância de sempre cobrar mesmo do seu médico todos os exames para iniciar uma cartela de anticoncepcional, tá?

Usei o Elani 28 de 2009 a meados de 2012. Não tive enjoos, tonturas, aumento de peso ou qualquer outro efeito colateral. Lembro de, nas duas primeiras semanas, sentir a pele e o couro cabeludo um pouco mais oleosos, mas depois ficaram simplesmente lindos! De todo mundo elogiar mesmo, juro! Acho que, por isso, é utilizado no tratamento contra acnes e alguns outros problemas de pele.

Acontece que, nem tudo o que é bom dura para sempre, né?!

No meio de 2012, só de olhar para a caixa sentia uma ânsia de vômito gigantesca. Era algo surreal. Chegava a vomitar algumas vezes só de lembrar que teria que tomar o remédio e não, não estava grávida. Posteriormente, descobri que esses comprimidos eram revestidos por uma espécie de talco e que essa era uma reação bastante comum a esse componente.

No entanto, não dava mais…

Qlaira – minha segunda experiência com  anticoncepcional

A alternativa encontrada para dar continuidade ao meu tratamento, então, foi o Qlaira, também uma pílula combinada de estrogênio e progesterona.

anticoncepcional - qlaira 2

Imagem: divulgação

No entanto, o Qlaira se diferencia dos demais medicamentos do tipo por ser o único com Valerato de Estradiol, um componente idêntico ao estrogênio produzido naturalmente pelo organismo feminino. Assim, o Qlaira seria a alternativa mais “natural” para seguir adiante no combate à endometriose.

Ele tem um sistema mais rigoroso de ingestão. Existe um momento da cartela em que, se você esquecer de tomar um dia, tem que recomeçar (há uma tabelinha na própria caixa explicando o que fazer em cada dia caso ocorra esquecimento). E, sinceramente, desperdiçar uma cartela de quase R$ 50 é de chorar, viu?!

Fora que, nesse esquecimento, muitas vezes ocorre um escape (um pequeno sangramento), que é muito comum com qualquer pílula. Mas como o Qlaira tem uma dosagem ainda menor, esse sangramento acaba vindo mais rápido, sabe?

Usei o Qlaira do meio de 2012 até janeiro deste ano, ou seja, por quase cinco anos. Durante todo esse período, também não tive enjoos, vômitos, problemas de pele ou couro cabeludo. No entanto, no meio de algumas cartelas, ficava bastante irritada e sentia algumas dores de cabeça que nunca me foram comuns. Nem por conta da minha alta miopia.

Nos últimos quatro meses, também comecei a sentir o meu corpo inchado e, do nada, um aumento de quatro quilos! Quatro quilos em quatro meses para quem sempre pesou 48 kg.

Eu não havia mudado em nada a minha alimentação e conheço muito bem o meu corpo para acreditar na máxima de que “depois dos 30, é assim mesmo…”

Poderia ser assim mesmo com o corpo de qualquer uma, mas eu sabia que, com o meu, tinha algo de muito errado. Não havia justificativa para um inchaço tão repentino, já que uma gravidez estava completamente descartada.

Estava me sentindo super gostosa, confesso, com um corpo que eu NUNCA tive. Mas, no fundo, sabia – e sentia – que aquilo era um verdadeiro problema. Então decidi suspender o Qlaira ao final da cartela.

Elani 28- de volta ao início

Liguei para o meu médico e perguntei se poderia retomar o tratamento com o Elani sem problemas. Ele me garantiu que sim e, no mesmo instante, comprei o anticoncepcional.

anticoncepcional -elani 2

Em uma semana e meia, perdi três dos quatro quilos que ganhei repentinamente. Ao final do primeiro mês da cartela, perdi mais um. Sem contar na retenção de líquido e nas dores de cabeça, que voltaram a ser praticamente zero. Ou seja, há quatro meses, meu corpo vinha dando sinais claros de que eu precisava mudar e eu, mais uma vez, fico bastante orgulhosa – e aliviada – de ter acreditado nele em vez da crença generalizada de que “todo corpo após os 30 é assim mesmo”. Vai nessa…

Continuo usando o Elani e espero não ter problemas tão cedo com o talco de revestimento dos comprimidos, pois, tirando isso, ele sempre me foi bastante confortável.

Continuo fazendo acompanhamento para ver se há focos de endometriose, mas todos os exames mostram que não há nadinha de anormal por aqui. A medicação é para controle mesmo.

Conclusões

Por tudo o que relatei, faço questão de ressaltar os cuidados na escolha do anticoncepcional e do médico que irá te acompanhar ao longo de todo o tratamento para o qual o seu medicamento foi indicado.

No meu caso, é preciso escolher entre o anticoncepcional e uma possível nova cirurgia, já que sem a medicação os focos dá endometriose podem voltar. Dentre os dois, fico com a primeira opção. Não, não é uma escolha fácil. Eu preferiria mil vezes não tomar remédios, mas não condeno a utilização do medicamento.

Não acho que anticoncepcionais sejam apenas vilões. Se usados corretamente, podem auxiliar – e muito! – nos mais diversos tratamentos. A questão é que muitas (muitas mesmo) mulheres tomam os comprimidos de forma aleatória, sem exames de trombofilia e de hormônios, sem consultas a um especialista, sem sequer lerem a bula!

Aliás, por falar em bula, sabiam que a de um antiinflamatório causa mais pânico que a de qualquer anticoncepcional? Leiam aí…

Sei que muitas garotas têm medo/vergonha de pedir ajuda, sendo mais fácil ler os relatos na internet ou perguntar à amiga/prima/vizinha qual o anticoncepcional que elas usam. Mas isso pode ser um grande perigo.

Como disse, quis relatar a minha experiência com anticoncepcionais. O Elani foi bom até a minha rejeição ao talco do revestimento. O Qlaira também me foi eficiente por um certo período…

Acho que, em se tratando de medicação, em algum momento, todas elas alertam o nosso corpo de que têm prazo de validade,né?! E, se a gente prestar bem atenção, dá para sentir.

Alguém aí teve uma experiência parecida? Conte aqui nos comentários ou escreva para contato@deixemecontar.com.br Quero muito conhecer a história de vocês com o anticoncepcional.

Beijo.

Jéssica Vieira
Jéssica Vieira
05 de janeiro de 2016

Minha (nova) rotina de cuidados com a pele

Beleza

A primeira – e até então única – vez que fui ao dermatologista foi na adolescência. Eu tinha uns 15 anos e estava cheia de espinhas no rosto e nas costas. Não era uma acne avançada, mas aquele aspecto “ralador de cenoura” me incomodava, sabe?

Naquela época, saí da consulta com o dermatologista com três informações valiosas: “Cuide da sua alimentação”, “Beba muita água” e – a que a gente nunca entende – “Isso vai passar!”

Obedecendo direitinho às duas primeiras – e tendo a ajuda de uns creminhos -, as espinhas passaram MESMO! E, quando passam, os cuidados precisam continuar, mas com orientação médica!

Sei que é muito comum a gente se basear no conceito geral de que a maioria dos brasileiros tem a pele oleosa e sair comprando todo tipo de produto, mas as coisas não são bem assim e só um dermatologista pode avaliar com precisão quais as necessidades da sua pele.

De volta à dermatologista

Em novembro, tomei vergonha na cara e voltei a um dermatologista. Procurei uma profissional de confiança (Jonnia Sherlock – vou deixar o contato dela no fim do post) e, durante a consulta, tirei todas as dúvidas sobre pele, cabelos e meus milhares de sinais.

Depois de olhar todos os meus sinais e o meu cabelo, ela passou vááááarios exames (usei os dois braços, minha gente, não foi fácil!) e, ao contrário do que imaginava, ela disse que minha pele não é oleosa, mas sim mista. Por isso, passou uns creminhos que, como estou usando há mais de um mês, já posso tirar algumas conclusões:

rotina de cuidados - produtos

1 – Effaclar Gel de limpeza facial (pele oleosa e sensível – La Roche Posay) – Já falei sobre esse gel de limpeza aqui no blog antes mesmo de ir à consulta e, como disse, ele é maravilhoso! Uso pela manhã e à noite e sinto a pele bem limpinha, sabe?! No dia a dia, a pele do rosto acaba se expondo bem mais que a do corpo e é preciso limpá-la com algo específico para o seu tipo de pele.

2 – Effaclar loção adstringente micro esfoliante (La Roche Posay) – Como o próprio nome diz, faz uma pequena esfoliação química (ele não tem aqueles grânulos de esfoliação comum), preparando a pele para receber a hidratação. Mesmo ele sendo indicado para peles sensíveis, as laterais do meu nariz estão descamando, então comecei a usá-lo em dias alternados. Se não melhorar, tentarei outro.

3 – Effaclar Duo (La Roche Posay) – Um hidratante específico para pele mista ou com tendência acneica.  Tem textura super leve e deixa a pele suuuuuper macia! É tão gostosinho de passar que não dá qualquer preguicinha… :)  O único problema é que ele não vem com filtro solar, então é preciso gastar um tempinho a mais com mais esse passo…

4 – Anthelios Ultra Light FPS 30 (La Roche Posay) – Outro que já usava antes da consulta. Já perdi as contas de quantas vezes falei sobre ele por aqui. O único problema é que o meu está bem no fim… :(

anthelios_1

5 – Ivy C Gel (Mantecorp)- Um gel anti-idade, com vitamina C , ácido hialurônico e retinol porque, sim, a idade chega, minha gente! :) De todos os creminhos passados, esse é o meu favorito! Tem cheirinho de laranja, é super gostosinho de passar (dá vontade de comer, mas não pode! hahaha) e ainda promete prevenir o envelhecimento da pele, o aparecimento de rugas e de linhas de expressão. Não é o máximo? Tudo bem, é um produto de efeito a longo prazo, mas é um começo e, em termos de viço e hidratação, ele cumpre – muito – bem o que promete.

rotina de cuidados Ivy C

Meu favorito!

6 – Redermic C para olhos (La Roche Posay) – Esse não foi prescrito pela dermatologista, mas sim encomendado a um amigo que estava na Europa bem antes da minha consulta, pois eu achava que pre-ci-sa-va dele! Mas vejam… O Ivy C gel, prescrito pela médica, tem a mesma porcentagem de vitamina C do Rdermic e serve para o rosto inteiro. Já o Redermic custa muito mais e serve apenas para os olhos! :( Como já comprei, estou usando, né?! Mas, assim como o Ivy C, os efeitos só serão vistos a loooongo prazo. Por enquanto, posso dizer que ele oferece sim uma excelente hidratação na região dos olhos.

7 – Bepantol Derma Creme – Pelo estado da bisnaga dá para sentir o meu amor, né?! Uso nos lábios (a versão própria é mais prática, mas acho essa bem melhor), nas cutículas, nos pés, nos cotovelos… É muito, MUITO bom! Vi que lançaram a versão em spray, mas ainda não testei.

8 – Moisture Surge Intense (Clinique) –falei por aqui que ele é o hidratante mais potente que já usei na vida. Normalmente, aplico uma vez por semana ou, se viajo para algum lugar mais frio, todos os dias. A pele fica LINDA mesmo! E, sem exageros, muita gente repara a diferença.

rotina de cuidados clinique

O mais potente

Como vocês puderam ver, já usava alguns dos produtos mencionados aqui, mas só continuei com eles porque tive autorização da médica. Outros precisaram ser inseridos por algumas das necessidades da minha pele, mas só um profissional qualificado vai saber identificar quais são as da sua.

E você, também faz acompanhamento com um dermatologista? Conte aqui nos comentários!

Ah, seguem os dados da minha dermato:

Jonnia Sherlock
Clínica La Harmonie: Rua Vereador João Calazans, 93 – Treze de Julho
Telefone: (79) 3211-3134

Jéssica Vieira
Jéssica Vieira