31 de dezembro de 2018

Nada como um ano após o outro, hein, 2018?

Crônicas

Pode parecer clichê, mas “nada como um ano após o outro”. E que ano, hein, 2018?! Que ano! ♥

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Nada como um ano após o outro…

Depois de ter nadado contra uma forte correnteza em 2017, olho para esse ciclo que se encerra com uma profunda sensação de acolhimento, gratidão e liberdade. Às vezes, inclusive, fico até me perguntando se tudo isso é verdade mesmo, sabe?  Mas aí me certifico das respostas nos pequenos detalhes e, sim, 2018 foi um dos melhores anos da minha vida!

nada como um ano após o outro

Nele, aprendi que existe uma distância considerável entre ‘querer” e “estar pronto para” e que, sem as tempestades, esse caminho não faz qualquer sentido. Fazendo uma retrospectiva minuciosa, foi a lição mais presente em todos os âmbitos da minha vida, sem exceção. E, de tanto ela se repetir, finalmente entendi quão valioso é respeitar o próprio tempo das coisas. ❤️

Por falar em tempo, 2018 me ensinou a dedicar o meu exclusivamente a coisas, momentos e pessoas que me fazem bem, que somam, que me tornam uma pessoa melhor. Limpei as “prateleiras da vida”, troquei as prioridades de lugar, joguei fora algumas certezas, olhei com cuidado e atenção para o que achava não ter mais jeito, guardei com mais segurança tudo o que me é valioso e disse muito mais “nãos” aos outros e “sins” pra mim. Egoísta? Não. Transformador.

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Silenciei para ouvir o mundo lá fora e os desejos aqui dentro. Gritei como nunca pela minha liberdade. Defendi a minha paz de um jeito surreal e senti o meu eu mais lindo renascer. Desde então, nunca fui tão grata por tudo o que construí até aqui. E, claro, por tudo o que se foi para que tantas outras coisas pudessem vir.

Em 2018, viajei, fiz novos amigos, reencontrei outros antigos, virei madrugadas… Lendo, ouvindo música, assistindo a filmes, rindo, chorando, jogando conversa fora, fazendo planos nas baladas e na varanda de casa.

Aliás, nunca estive tão certa de quão valioso é ter um lugar que te acolhe a alma e poder chamá-lo de lar. ❤️

Em 2018, também compreendi que o amor está muito mais na confiança, no respeito, na cumplicidade e nos gestos de delicadeza que nos holofotes distorcidos do Instagram.

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2018 foi o ano em que senti Deus me colocar no colo. E, de lá, pude ver que sempre fui colocada nos melhores caminhos. Alguns com sol, arco-íris, rios e mares; outros com chuvas, muros e tempestades, mas SEMPRE os melhores!

E, assim, me despeço com amor e saudade. Obrigada, 2018, por TUDO! ❤️🙏

Jéssica Vieira
Jéssica Vieira
11 de julho de 2018

Pode chorar, menina…

Crônicas

Pode chorar, menina. Eu sei que tudo parece estar confuso e desmoronando, mas logo logo você vai reerguer o seu mundo, tijolinho por tijolinho.

Não vou lhe dizer que vai ser em horário comercial, com folgas divertidíssimas nos finais de semana. Aliás, talvez seja um trabalho bem mais puxado e sofrido aos finais de semana, mas você ainda lembrará desses momentos com carinho.

Se vai demorar? Queria poder lhe dizer isso agora, mas, acredite, essa é a parte que menos importa. Apenas preste atenção a tudo o que encontrar no caminho. Coisas muito valiosas aparecerão por lá trazendo todas as respostas.

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Cena do filme “Meu primeiro amor” | Imagem: Reprodução

Você vai precisar de paciência para alinhar os tijolos, colocar o cimento na quantidade certa e não ignorar os pedaços quebrados que irá encontrar, pois eles serão úteis em alguns momentos. Também vai precisar de coragem para enfrentar furacões, chuvas e tempestades, mesmo quando tudo estiver lhe parecendo firme e seguro. E vai precisar de uma bela dose de sabedoria para fazer as mudanças necessárias, lembrando-se sempre de preservar o seu alicerce.

Não tenha medo nem duvide do que lhe foi dito algum dia. Era tudo muito bonito mesmo. Na verdade, sendo bem sincera, sempre vai ser. Acontece que o tempo tem umas manias não tão perfeccionistas assim e, vez ou outra, leva todas as nossas certezas ao chão … Na queda, umas se quebram, mas outras servem para reerguer tudo ao seu redor, tijolinho por tijolinho.

No meio da multidão, saiba reconhecer os seus valiosos amigos. Você irá se surpreender! Faça festas, desabafe, ouça, avalie. Mas, antes de tudo, converse com você, saia com você, divirta-se com você. Vá à praia, ao cinema, ao teatro e viaje com você. Tenha certeza de todas as suas necessidades e não caia nessa onda boba de, a qualquer custo, “seguir o baile”.

Já pensou se toca reggae nesse baile? Você odeia raggae, minha filha, então pegue um táxi e, pelo amor de Jah, vá embora! Não se sinta obrigada a dançar num ritmo que não é o seu porque “é o que todo mundo está dançando”. Lembre-se do que lhe ensinaram: “você não é todo mundo!” O baile que te siga, oras!

Que bom te fazer rir um pouquinho com a história do raggae. De tudo o que você mostra e oferece ao mundo, seu sorriso é a coisa mais contagiante e eu espero que você se lembre de tantos outros momentos felizes que viveu antes de tudo isso desmoronar.

Vai ficar tudo bem, eu prometo. Enquanto isso, encoste mesmo sua cabecinha nesse sofá e chore. Ele vai ser aquele esconderijo que você sempre quis na infância, o melhor lugar do mundo para as suas lágrimas, os seus sonhos e os seus suspiros. Pode chorar, menina. Por dias. Por meses. Por agora. Apenas chore.

Qualquer dia desses, volto pra você me escrever com doçura e carinho sobre os muros que reconstruiu com essas lágrimas. Do mesmo sofá, mas sem chorar.

Jéssica Vieira
Jéssica Vieira
01 de julho de 2018

Aos domingos, com carinho

Crônicas

De todos os dias da semana, domingo é aquele que me faz cafuné na alma. É o dia em que aproveito o silêncio das ruas para ouvir com atenção o que pulsa aqui dentro; é o dia em que olho com cuidado e carinho para todas as versões de mim mesma e para tudo o que foi construído até aqui através delas; é o dia em que, ao abrir os olhos, sem sair da cama, ainda tenho a inocente mania de fazer planos “infalíveis” para uma vida inteira. Quem nunca? Eu, aos domingos.

aos domingos - com carinho

Não faço a menor ideia de como nasceu esse meu “ritual”, mas me lembro muito bem de fazê-lo na adolescência e de desenvolvê-lo despretensiosamente ao longo dos anos, a ponto de se transformar na coisa mais gostosinha da minha rotina e de me fazer muito feliz. ❤️

Aos planos “infalíveis”, fui acrescentando o meu chocolate quente, a paciência para com os meus defeitos, algumas músicas para aquecer o coração, um bom livro e um pequeno arsenal de cremes para cuidar da cútis (coisa que aprendi com a CAPRICHO e que me rendeu um ótimo resultado, só pra você saber, ok?).

Acho bonito reunir num dia tão leve tantas versões de mim mesma, sem desmerecer ou priorizar qualquer uma delas.

A menina que, mesmo ciente dos atropelos da vida, não perde a essência de sonhar deve andar de mãos dadas com mulher que pisa firme pelos caminhos que escolheu. Uma não se constrói sem a outra. Ninguém anda sem as melhores versões que fez de si.

Aos domingos, também olho com doçura para o tempo, para o riso e para o pranto. Observo com atenção como se encaixam perfeitamente e, ao final, fazem tudo ter sentido.

Vibro com as coisinhas mais simples, danço pela casa sem preocupação, canto em voz alta, ligo para alguém especial, como um doce e, claro, também me recolho no sofá e choro pelas tantas saudades que apertam o peito. Quem nunca? Eu, aos domingos.

É o dia do balanço na rede, do almoço delicinha, do banho demorado, do cheirinho de lavanda, do tempo ao tempo e do “fazer nada” que vale muito.

Aos domingos, com carinho. Quem nunca?

Jéssica Vieira
Jéssica Vieira