07 de fevereiro de 2016

Projeto 52 objetos | aquele de nº 6

52 objetos

cartas de amor

O quê: Envelope com cartas de amor que escrevi na adolescência
Por quê: Retrata sentimentos com minhas próprias palavras
Onde está: Nunca hei de contar! hahahahaha
De onde veio: Do meu ♥

Se tem uma coisa que guardo a sete chaves é esse envelope com todas as cartas de amor que escrevi na adolescência. Sim, porque eu escrevi várias, por anos, para o mesmo garoto – que deve estar lendo esse texto morrendo de medo de eu divulgar o nome dele hahaha. Não vou, jovem, fique calmo! :)

Toda vez que abro esse envelope me emociono, dou risada e vejo como a conceito de amor ganha sentidos diferentes ao longo da vida. Sendo assim, não poderia deixar de incluí-lo no meu Projeto 52 objetos.

Eu me apaixonei pelo “garoto das cartas” aos 12 anos. Pra mim, era o menino mais lindo e inteligente do mundo. Meu coração disparava só de eu ouvir o barulho do portão ao meio-dia, quando ele chegava da escola.  Era amor <3

Quando conto essa história, sempre tem alguém para falar “Que amor que nada! Aos 12 anos ninguém sabe o que é amor!” Claro que sabe! Do jeito de quem tem 12 anos, na perspectiva de quem tem 12 anos. E essa perspectiva, obviamente, não é a de um adulto, mas é amor.

Logo, é muito fácil – e simplório – olhar os amores do passado com os olhos do presente. Quando abro esse envelope para reler as cartas, dou risada com os olhos do presente, mas me emociono com os olhos do passado. E sempre as guardo feliz.

A primeira, escrita em 1996, em especial:

“Você deve estar achando estranho essa carta, mas leoa com cuidado e preste muita atenção.

Foi muito difícil tomar essa atitude, mas nem adianta esconder: eu gosto muito de você, muito mesmo! Escrevi porque não tenho a menor coragem de falar isso na sua frente. Quero que você saiba que, apesar de tudo que estou lhe dizendo, a nossa amizade está acima de tudo e, independente da sua resposta, quero que saiba que você terá minha amizade mesmo assim.

Ligue pra mim às 22h30min (sem falta) para podermos esclarecer e conversar sobre esse caso, independente da sua resposta. O número é xxx-xxxx. Eu vou estar esperando.

Por favor, não comente com ninguém a respeoto disso e fique sabendo que, apesar de qualquer coisa, vamos continuar sendo amigos, pois já estamos muito grandinhos, mas não pude resistir] para ficarmos sem nos falar por causa dessa bobagem.

Te adoro,

Jéssica

P.S: Ligue!

Minha gente, até hoje não acredito que escrevi isso aos DOZE anos! kkkkkkkkkkkkkkkkk #Jéssicadeterminada #Jéssicaintimadora

Depois dessa, vieram outras, tão emocionantes e divertidas quanto! :) E, para matar a curiosidade de vocês: não, ele não ligou!

Daqui a alguns anos, quando alguém abrir a minha “caixa imaginária” do Projeto 52 objetos, quero que leia essas cartas com carinho (e, claro, dê muita risada!)

Jéssica Vieira
Jéssica Vieira
13 de novembro de 2015

Contaram na semana: amores e aprendizados

Links da semana

Não sei se é a proximidade do fim do ano (que 2015 rápido foi esse, hein?!) ou se as pessoas estão, diante de tanta maldade, começando a prestar mais atenção no amor ao próximo, mas a semana por aqui foi cheia de links fofos e reflexivos sobre o tema.

Amar é um aprendizado diário. Requer, dentre inúmeras coisas, atenção, cuidado, paciência, persistência e sabedoria. Exige muito de nós e, como tudo que só vem se houver esforço, muita gente desiste ou se machuca no meio do caminho.

Amar é não saber e aprender, diariamente. ♥

1 – Tem gente que, por algum motivo inexplicável, faz com que nos sintamos sempre acolhidos, sempre seguros, independente de onde estejamos, né?! A Marcela Brafman escreveu um texto exatamente sobre isso para o Chata de Galocha: Quando estou com você, eu me sinto em casa

quando estou com você

2 – O Ivan Martins fez uma reflexão bem prudente sobre relacionamentos patológicos para a sua coluna na Época. Para ler, reler e entender, de uma vez por todas, que o que nos faz mal pode ser tudo, menos amor.

Ilustração - amores patológicos

Ilustração: Martin van Maele, 1925, via Wikimedia Commons)

3 – Será que os cachorros só aprendem enquanto são filhotes? A treinadora de animais Sara Favinha esclareceu essa dúvida num post super bacana para o E aí, beleza?

Lollo - labrador - Sara Favinha

Foto: Sara Flavinha

4 – Vai a Paris e quer fotos – ainda mais – lindas? A Lia Camargo (♥) contou como foi a experiência de contratar um fotógrafo – brasileiro – na Cidade Luz!

lia-e-dani-paris-005

Foto: Leandro Dias

Contratar um fotógrafo para registrar o amor (e os looks! hahaha) é bom demais! Se você é novato por aqui, pode ver também que registrei o romantismo nas ruas de Santiago (Chile).

Um final de semana maravilhoso a todos vocês!

Beijo,

Jéssica Vieira
Jéssica Vieira
21 de outubro de 2015

Li e recomendo: Cem Sonetos de Amor

Cotidiano

Sabe aqueles presentes que nos chegam com a sensação de que a pessoa realmente pensou em cada detalhe dos nossos gostos pessoais? Foi exatamente isso que senti quando ganhei de aniversário (obrigada, Yasmin!) o livro Cem Sonetos de Amor, do escritor chileno Pablo Neruda.

cem sonetos de amor (1)

Fotos: Carol Oliveira

Não bastasse o tema (amo ler, ouvir e falar sobre amor, minha gente! #JéssicaRomântica), gosto muito da composição textual em sonetos e gosto mais ainda quando tenho a oportunidade de lê-los na língua original.

Sim, o livro que ganhei é uma edição bilíngue, com os sonetos em espanhol e em português! ♥

Dividido em quatro partes (Manhã, Meio-Dia, Tarde e Noite), Neruda expõe todo o seu amor por Matilde Urrutia, sua terceira esposa, através de versos que, muitas vezes, poderiam ser ditos facilmente na atualidade. Afinal de contas, o amor é atemporal <3

cem sonetos de amor (2)

No decorrer dos sonetos, percebe-se a toda uma trajetória de sentimentos de Neruda que, apesar das polêmicas, nunca deixou de enaltecer a amada. (Matilde foi amante de Neruda, passou a ser esposa e, reza a lenda, o bonito chegou a traí-la com uma sobrinha da própria Matilde!).

cem sonetos de amor (3)

Edição bilíngue

Das quatro partes do livro, minha favorita é a “Tarde”, mas é na “Manhã” que está um dos sonetos mais conhecidos do autor:

A Dança/ Soneto XVII

Não te amo como se fosses rosa de sal, topázio
ou flecha de cravos que propagam o fogo:
amo-te como se amam certas coisas obscuras,
secretamente, entre a sombra e a alma.

Te amo como a planta que não floresce e leva
dentro de si, oculta a luz daquelas flores,
e graças a teu amor vive escuro em meu corpo
o apertado aroma que ascendeu da terra.

Te amo sem saber como, nem quando, nem onde,
te amo diretamente sem problemas nem orgulho:
assim te amo porque não sei amar de outra maneira,

senão assim deste modo em que não sou nem és
tão perto que tua mão sobre meu peito é minha
tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho.

(NERUDA, Pablo. Cem Sonetos de Amor. Porto Alegre: L&PM, 2014, p. 42-43)

Esse poema ficou famoso, sobretudo, quando foi declarado pelo saudoso Robim Willians em Patch Adams.

Pablo Neruda, cujo nome verdadeiro é Ricardo Neftalí Reyes Basoalto, é um dos grandes nomes da literatura mundial, ganhando, em 1971, o Prêmio Nobel <3

Se você ficou interessado em comprar o livro Cem Sonetos de Amor ou dá-lo de presente a alguém, pode encontrá-lo na Livraria Saraiva: (R$ 19,40 – em promoção!) e no Submarino: (R$ 24,61).

Alguém aqui já leu essa ou alguma outra obra do autor?

Jéssica Vieira
Jéssica Vieira