10 de janeiro de 2016

Projeto 52 objetos | aquele de nº 2

52 objetos, Cotidiano

projeto 52 objetos - album de fotos

O quê: Álbum de fotografias da infância
Por quê: Relembra fases importantes da minha vida
Onde está: Numa gaveta, dentro do meu guarda-roupas
De onde veio: Comprei nas Lojas Americanas

Já contei por aqui que, se minha casa pegasse fogo, a primeira coisa que salvaria seriam as minhas fotografias. Em especial, esse álbum com mais de 400 “clicks” da minha infância (um número gigantesco para a década de 1980, na qual você, com muita sorte, revelava 36 fotos por filme, no máximo). Por isso, ele é o meu segundo objeto do Projeto 52 objetos.

Nele, há registros de choro, de gargalhadas, de descobertas e de parcerias. Há abraços apertados, vestidos sujos de brigadeiros, óculos remendados e sapatinhos de várias cores e tamanhos. Há carnavais, dias do Índio, festas juninas, dias das crianças e Natais devidamente caracterizados.  Há cortes Chanel, repicado, redondo, reto e em V. Há franjas… muitas franjas! hahahaha Há roupas que, por Deus, deveriam ser proibidas de fotografar!

Há dias nublados, de chuva e de sol. Há fraldas, biquínis e uniformes. Há saias, short e calça jeans nos corredores da escola. Há olimpíadas, gincanas, festas de 15 anos e de formatura. Há shows de Angélica, de Netinho e muitos, muitos Pré-Cajus.

Há avós, pais, irmãos, primos, amiguinhos da rua e da escola. Há desconhecidos. Há quem tenha crescido junto, quem tenha mudado de cidade e quem tenha partido . Há quem vejo todo dia e há quem não verei nunca mais.

Há um “click” parado no tempo. Há um tempo que para e não volta. Há uma volta que nos faz seguir.

Acho que fotografia é o objeto mais valioso que alguém pode ter. De uma infância, de um nascimento, de uma amizade, de uma viagem, de um união,,,… É o registro que vai além da sua própria vida. É um momento que te faz viver uma eternidade.

Jéssica Vieira
Jéssica Vieira
03 de janeiro de 2016

Projeto 52 objetos | aquele de nº 1

52 objetos, Cotidiano

projeto 52 objetos - óculos de grau

O quê: Meus óculos de grau
Por quê: É parte de mim antes mesmo do meu 1º ano de vida
Onde está: Na caixinha dele, na mesinha da TV
De onde veio: Do consultório do oftalmologista e da ótica, oras!

O primeiro objeto do meu Projeto 52 objetos é tão parte de mim que não sei me descrever sem ele ou sem a minha necessidade de tê-lo: meus óculos de grau.

Na verdade, esses são os últimos que adquiri (2007), mas muuuuitos me acompanharam – e foram quebrados – desde os meus oito meses de idade. Sim, meses. Eu uso óculos desde bebê! :)

Quando estava grávida de mim, a minha mãe adquiriu toxoplasmose (uma doença causada pelo protozário Toxoplasma gondii, encontrado em fezes de felinos, de aves e em alimentos mal cozidos) e isso afetou toda a minha retina, fazendo com que eu conseguisse enxergar apenas 20% da visão, já com mecanismos de correção (óculos ou lentes de contato).

No meu caso, trata-se de uma doença congênita que não tem cura e com a qual eu aprendi a conviver desde bebê, através dos óculos. Muita gente me pergunta como é ter “só” 20% da visão, ser deficiente visual, mas, gente, eu nunca soube o que é ter mais que isso! Só sei o que é ter menos (quando tiro os óculos ou as lentes de contato…)! Não tenho referências “melhores”, então não sei mesmo o que responder quando me perguntam isso.

Aos 8 meses, eu usava 1 grau de miopia (para cada olho) e, a cada ano, aumentava mais um (e a coleção de óculos quebrados, claro! hahaha). Aos 17, meu grau estabilizou para o dos óculos da foto: 18 graus, em cada olho. E, dos 17 aos 31, segundo a medicina, é com eles que eu vou conviver pelos (muitos, espero) anos que estão por vir.

Até os 13 anos, quando eu usava 14 graus, meus óculos eram minha companhia diária e inseparável. Mas por questões da adolescência, de estéticas e de peso (28 graus no rosto pesavam MUITO!), eu os substituí por lentes de contato e os utilizo apenas no fim de um dia visualmente cansativo ou nos finais de semana nos quais fico apenas em casa.

Vejam… eu não veria o menor problema em sair de casa com óculos “fundo de garrafa”. É  uma necessidade minha e eu nunca liguei para o que falavam – ou falam – por aí. Acontece que é bem sofrido usá-los, pois pesam bastante na parte superior do nariz e nas laterais do rosto, daí é praticamente impossível usá-los por mais de três horas seguidas.

Acho que meus óculos de grau são, na verdade, meus óculos de descanso! ;)

Mas mesmo diante de tudo isso, sou completamente grata por esses da foto e por todos os que já passaram pela minha vida. Sem eles, eu não faria nada do que fiz e do que faço hoje.

Meus óculos são a prova de que deficiência não é incapacidade, mas sim limitação. E eu ainda quero voltar por aqui para falar mais sobre isso.

Jéssica Vieira
Jéssica Vieira
01 de janeiro de 2016

Projeto 52 Objetos | O início

52 objetos, Cotidiano

“Já imaginou se, daqui a muitos anos, alguém encontrasse uma caixa cheia de coisas que pertenceram a você e, através delas, tentasse descobrir a sua história e a sua personalidade? Talvez nessa caixa estivessem fotos, livros, documentos pessoais, roupas, ingressos de shows ou até mesmo uma embalagem de chiclete… O que esses objetos diriam sobre você? Eles contariam uma história precisa da sua vida? Que história seria essa?”

Neste primeiro dia de 2016, quero compartilhar com vocês o início de um projeto super especial: o 52 objetos.

52 objetos

Originalmente criado pela designer canadense Emma Reddington (The Mairon House Book), o projeto chegou a mim no ano passado, através da Mari, e tem como objetivo separar 52 objetos (um por semana, o que equivale a um ano), explicando um pouco sobre a representatividade de cada um deles em sua vida.

Queria dar início ao projeto no comecinho do ano mesmo (na minha cabeça, fica mais organizado… rsrsrs). Assim, a partir de domingo, durante todos os domingos de 2016, vocês verão aqui no blog objetos que contam um pouco da minha vida, da minha história e das mudanças pelas quais passei ao longo dos anos. :)

Enquanto vocês terão a oportunidade de me conhecer melhor, eu entrarei numa verdadeira cápsula do tempo, pois – exceto pelo primeiro objeto – não fiz qualquer planejamento do que será publicado aqui. Vou seguir meu coração e as lembranças que ele me traz. ♥

Espero que vocês gostem e que possamos trocar experiências maravilhosas a cada história contada por aqui.

Um grande beijo e um 2016 repleto felicidades!

Jéssica Vieira
Jéssica Vieira