O quê: Gravador de voz analógico
Por quê: Minha primeira aquisição jornalística
Onde está: Na mesinha do meu computador
De onde veio: Comprado numa loja de áudio e som

O quinto objeto do meu Projeto 52 objetos é minha aquisição profissional mais valiosa. Digo valiosa não no sentindo financeiro, mas sentimental, já que foi a primeira coisa “de jornalista” que comprei quando ainda estava na universidade: um gravador de voz analógico (o famoso – e velhinho –  gravador de fita).

Muita gente associa jornalista ao conjunto bloquinho+caneta, né?! Na minha cabeça, isso era o básico e, como nunca fui obrigada a ser básica (risos eternos), achei que o gravador de voz fosse a porta de entrada para exercer meu papel social e – quanta inocência – conseguir mudar o mundo.

Na verdade, a única coisa que consegui mudar foi minha conta bancária. Com uma bolsa de estágio de R$ 320 (2004), tive que guardar dinheiro por três meses para investir R$ 270 num gravador que, acreditem, só usei umas seis vezes! =p

Só quem é jornalista vai me entender! <3 A gente ama apertar o botão vermelho, gravar as entrevistas, ouvir e analisar palavra por palavra do entrevistado, mas decupar a fitinha é quase uma inquisição! E chega uma hora em que você precisa escolher: ou passa a manhã decupando uma entrevista de dez minutos ou aprende a extrair as falas mais importantes do entrevistado ali mesmo, no conjunto básico bloquinho+caneta. :)

Porém, numa entrevista minuciosa, um gravador vale ouro. Das vezes em que utilizei o meu, por exemplo, lembro-me de uma em particular: a análise de discurso que uma professora fez sobre Dom Casmurro, de Machado de Assis. Capitu teria ou não traído Bentinho?

Pesquisadores do mundo inteiro tentam responder a essa pergunta e eu, claro, não poderia ter cumprido melhor o meu papel de jornalista gravando uma análise tão profunda.

No mundo inteiro, gravadores de jornalistas guardam vozes embargadas, eufóricas, compassadas, rápidas, marcadas pelo regionalismo, pelo nível de escolaridade, pela ideologia, pela revolta, pelos sonhos. Gravadores guardam histórias.

Talvez por isso eu seja tão apegada ao meu. Não empresto, não dou, não vendo, não negocio e, sendo bem honesta, ele só estaria na “caixa do projeto52 objetos” porque ela é imaginária e seria aberta daqui a muuuuitos e muitos anos, quando eu já não estivesse aqui para dizer “Não!Meu gravador nãããão!” kkkkkkkkkk

O quê: Batom Cosmo (MAC)
Por quê: É meu batom favorito, companheiro de todas as horas
Onde está: Na minha bolsa
De onde veio: Comprado numa loja da marca

O quarto objeto do meu Projeto 52 objetos está comigo todos os dias e em praticamente todas as ocasiões: o batom Cosmo da MAC.

Já contei aqui que, por muito tempo,só tinha olhos (e boca) para os batons em tons nude, mas nunca ficava completamente satisfeita com as opções que encontrava por aí. Até que, num belo dia, fui apresentada ao batom que seria o meu companheiro de todas as horas,bolsas, festas, viagens, trabalhos, praia… ♥

Tão companheiro que uso até o fim do fim e já estou indo para o quarto consecutivo (o primeiro comprei em outubro de 2013).

Ele é um batom de cor rosa queimado, tem alta cobertura e é bem cremoso. Na minha boca, ele realça o tom natural dos lábios, sabe? Fica  tão, tão lindo (e chique) que é minha opção certeira na hora de uma ocasião muito especial.

Eu o escolhi para fazer parte do projeto 52 objetos porque considero o batom (ou a ausência dele) uma das marcas mais interessantes de uma mulher. Vejam a Marisa Monte, por exemplo. Tem como imaginá-la sem o seu batom vermelho? Não, né?! (Se a Marisa fizesse esse projeto, não tenho dúvidas de que o batom vermelho estaria por lá)

Claro que, diante da diversidade de produtos aos quais temos acesso atualmente, é impossível não testar outras cores de batom e ir se redescobrindo nelas, mas sempre há aquela que você ama, com a qual se sente super segura e que diz muito sobre você.

A minha é esse rosinha cor de boca, que reflete – de forma geral – o meu gosto pelas coisas mais suaves, clássicas e delicadas. :)

O quê: Bruxinha dos Desejos
Por quê: Traduz meu sentimento pelas minhas amizades
Onde está: Na mesinha do meu computador
De onde veio: Presente de aniversário dado pela minha melhor amiga da adolescência

Eu não acredito em bruxas e, confesso, passei a maior parte da infância com medo delas (muito obrigada, contos de fada! hahaha). Acontece que, no meu aniversário de 20 anos, ganhei da minha melhor amiga de adolescência a “Bruxinha dos Desejos”, cuja embalagem dizia que o meu desejo mais sincero deveria ser escrito num papelzinho e colocado no “caldeirão da bruxa” para que se tornasse realidade.

Lembro que passei uns dias meio assustada com o presente (rsrsrs) e alguns outros pensando no que deveria escrever. Afinal de contas, eu não poderia escrever qualquer coisa, né?! E se o meu desejo fosse mesmo se realizar? :) Pensei, pensei, e lá foi:

“Que Deus me dê muita saúde para que eu possa viver muitos anos e para fazer com que minhas amizades durem para sempre.”

É engraçado, mas esse desejo – feito há quase doze anos – reflete muito duas coisas próprias da minha personalidade: a minha vontade de viver e o zelo que sempre tive pelas minhas amizades e pelo que cada uma delas representa em minha vida.

De lá para cá, vivi quase doze anos com muita saúde mesmo (tudo bem, eu torci o pé esquerdo cinco vezes, mas acho que isso não conta), tenho mantido as amizades antigas e feito outras novas que também desejo durarem muito!

Fazer amigos é maravilhoso! E, por mais que o tempo passe (e alguns caminhos se desfaçam), é impossível não reconhecê-los em várias das nossas atitudes. Eu não tenho mais contato com a pessoa que me deu esse presente, mas guardo com muito carinho todas as lembranças dos momentos maravilhosos que vivemos juntas e as reconheço sempre que olho para o caldeirão da minha bruxinha, diariamente.

Quando entram no meu quarto, sempre me perguntam quem me deu ou onde comprei. É tão pequenininha, mas chama muito a atenção :)

Lembro que a loja ficava no Shopping Jardins e era especializada em artigos esotéricos (a única de lá). Tinha muitas bruxinhas, duendes, pedras de signos… Tudo muito bonito e de muito bom gosto. Se alguém lembrar o nome da loja, conta aqui nos comentários, tá?! Foi na AlemdaLenda! :)

Assim, meu terceiro objeto do Projeto 52 objetos conta a história de uma amizade que vai ficar para sempre na minha história! :) ♥