23 de outubro de 2015

Contaram na semana: câncer, autoestima e educação

Links da semana

Educação vem, sim, de berço. De mãe e pai, de avós, de parentes, de amigos, amigos de amigos e de professores que nos rodeiam desde quando ainda sequer engatinhamos ao momento em que damos passos gigantes.

Nesse caminho, boas companhias darão sempre bons resultados e, nas horas mais difíceis, é delas que você vai precisar.

Por isso, os links dessa semana foram escolhidos a dedo (só gente do bem!) para que possamos refletir sobre câncer, autoestima e educação:

1 – Educação vem de berço cultural e, por isso, fotógrafos registram salas de aula em vários países do mundo

educação_1

2- Já imaginou ir a um casamento de rasteirinha, sem medo do julgamento alheio? A Ana Carolina, do Hoje Vou assim Off, mostrou que descer do salto pode ser, sim, além de confortável, muito elegante

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3 – O Outubro Rosa está aí para que todos nós entremos no combate ao Câncer de Mama e a Kah, do E aí, beleza?, fez um vídeo super fofo ensinando uma maquiagem linda para quem está passando pelo processo de quimioterapia.

4 – A Lu Ferreira, do Chata de Galocha, também aderiu ao projeto e conversou com sua amiga Nicolle sobre câncer e autoestima. Para te dar força, coragem e levantar o astral!

5 – Falando em câncer e em educação, a Rachel Yahe, coolaboradora do MdeMulher, escreveu um texto sensacional sobre comentários que nenhuma pessoa com a doença deve ouvir.

cancer 1

Um fim de semana iluminado a todos vocês!

Beijo,

Jéssica Vieira
Jéssica Vieira
21 de outubro de 2015

Li e recomendo: Cem Sonetos de Amor

Cotidiano

Sabe aqueles presentes que nos chegam com a sensação de que a pessoa realmente pensou em cada detalhe dos nossos gostos pessoais? Foi exatamente isso que senti quando ganhei de aniversário (obrigada, Yasmin!) o livro Cem Sonetos de Amor, do escritor chileno Pablo Neruda.

cem sonetos de amor (1)

Fotos: Carol Oliveira

Não bastasse o tema (amo ler, ouvir e falar sobre amor, minha gente! #JéssicaRomântica), gosto muito da composição textual em sonetos e gosto mais ainda quando tenho a oportunidade de lê-los na língua original.

Sim, o livro que ganhei é uma edição bilíngue, com os sonetos em espanhol e em português! ♥

Dividido em quatro partes (Manhã, Meio-Dia, Tarde e Noite), Neruda expõe todo o seu amor por Matilde Urrutia, sua terceira esposa, através de versos que, muitas vezes, poderiam ser ditos facilmente na atualidade. Afinal de contas, o amor é atemporal <3

cem sonetos de amor (2)

No decorrer dos sonetos, percebe-se a toda uma trajetória de sentimentos de Neruda que, apesar das polêmicas, nunca deixou de enaltecer a amada. (Matilde foi amante de Neruda, passou a ser esposa e, reza a lenda, o bonito chegou a traí-la com uma sobrinha da própria Matilde!).

cem sonetos de amor (3)

Edição bilíngue

Das quatro partes do livro, minha favorita é a “Tarde”, mas é na “Manhã” que está um dos sonetos mais conhecidos do autor:

A Dança/ Soneto XVII

Não te amo como se fosses rosa de sal, topázio
ou flecha de cravos que propagam o fogo:
amo-te como se amam certas coisas obscuras,
secretamente, entre a sombra e a alma.

Te amo como a planta que não floresce e leva
dentro de si, oculta a luz daquelas flores,
e graças a teu amor vive escuro em meu corpo
o apertado aroma que ascendeu da terra.

Te amo sem saber como, nem quando, nem onde,
te amo diretamente sem problemas nem orgulho:
assim te amo porque não sei amar de outra maneira,

senão assim deste modo em que não sou nem és
tão perto que tua mão sobre meu peito é minha
tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho.

(NERUDA, Pablo. Cem Sonetos de Amor. Porto Alegre: L&PM, 2014, p. 42-43)

Esse poema ficou famoso, sobretudo, quando foi declarado pelo saudoso Robim Willians em Patch Adams.

Pablo Neruda, cujo nome verdadeiro é Ricardo Neftalí Reyes Basoalto, é um dos grandes nomes da literatura mundial, ganhando, em 1971, o Prêmio Nobel <3

Se você ficou interessado em comprar o livro Cem Sonetos de Amor ou dá-lo de presente a alguém, pode encontrá-lo na Livraria Saraiva: (R$ 19,40 – em promoção!) e no Submarino: (R$ 24,61).

Alguém aqui já leu essa ou alguma outra obra do autor?

Jéssica Vieira
Jéssica Vieira
19 de outubro de 2015

Favor atender com gentileza

Crônicas

Se você mora ou já esteve em Aracaju, não é novidade que o atendimento na cidade, de forma geral, é tragicômico. De “Vá falando que eu estou ouvindo” a um simples “Diga!” – sem passar por uma resposta ao seu sonoro “Bom dia!” – tudo pode acontecer.

Sinceramente, não sei o que acontece quando as portas das lojas, bares, restaurantes, órgãos públicos, escolas, hospitais e supermercados se abrem. Parece que, nesses lugares, todo mundo anda vendendo rancor e indiferença num verdadeiro combo “Leve cinco, pague um”.

Tenho consciência de que a oferta não é exclusiva da nossa “Pequena”, até porque nela também encontramos quem venda algo raro e de grande tamanho: gentileza.

gentileza

Fonte: Estúdio Cão

Na recepção de um hospital, enquanto eu estava sendo atendida por mais uma “Espere aí um pouquinho, vou só responder [essa mensagem] aqui”, uma senhora de sessenta e poucos anos cumprimentou a atendente vizinha a minha e lhe perguntou se era possível localizar um médico que trabalhou naquele lugar há quarenta anos.

Entre o “Impossível, né?! Isso faz muito tempo e ele, inclusive, já pode ter morrido” da atendente que segurava o meu RG e o “É que eu queria agradecer por tudo o que ele fez pelo meu filho, que faleceu essa semana” da senhora visivelmente angustiada, um silêncio ensurdecedor.

“Vou descobrir para a senhora”, disse a outra atendente.

Cinco ligações, três funcionários envolvidos, quarenta anos de dúvidas e uma hora de espera até o nome do médico que a senhora buscava. Ufa! Mal vi o tempo passar enquanto a minha solicitação de exames ainda estava sendo processada…

Na verdade, vi o tempo passar leve diante de tamanha gentileza.

Trabalhar com o ser humano, definitivamente, não é fácil. Eu mesma já perdi as contas de quantas vezes saí de casa sem a minha paciência. Mas o dia fica ainda mais difícil quando levamos na bolsa insatisfações, amarguras, ressentimentos e frustrações que não dizem respeito a qualquer outra pessoa que não sejamos nós mesmos.

Gosto – e valorizo muito – de quem atende o outro livre de pesos. Seja lá qual for a profissão. Leveza prospera.

Talvez, quando as portas das lojas, bares, restaurantes, órgãos públicos, escolas, hospitais e supermercados se abrirem – em Aracaju e em todo o Brasil – falte apenas fixar um conceito de mão dupla.

Atender não é apenas dar o preço, o cardápio, o endereço, o protocolo, o período de matrícula, o diagnóstico ou o recibo. É receber o dinheiro, a satisfação, o encontro, a certeza, a confiança, a determinação e o agradecimento.

Atender não é para todo mundo, mas, em algum momento da vida, será minha, sua, nossa função.

Na sua vez, favor atender com gentileza. De preferência, “5 por 1”.

Obrigada!

Jéssica Vieira
Jéssica Vieira