17 de setembro de 2015

Diário de viagem: Romantismo nos pontos turísticos de Santiago

Chile, Viagem

Embora eu seja uma pessoa absolutamente romântica e extrovertida, sou muito reservada quando o assunto é relacionamento e, por isso, passei a semana inteira decidindo a melhor forma de escrever esse post.

No entanto, como pensar muito não é muito o meu forte, resolvi não medir as palavras e escrevê-lo como tudo por aqui: com naturalidade.

Longe de casa, eu não teria a Carol (minha fotógrafa-mor da qual eu senti muuuuuita saudade) e fiquei pensando em como faria as fotos em Santiago para colocar no blog.

Não queria arriscar o meu amadorismo, sabe?! Então pesquisei bastante e, através de uma das blogueiras que mais admiro, a Constanza Fernandez (Futilish), cheguei ao contato do irmão dela, o Patrício, que além de fotógrafo, é guia de turismo no Chile.

Melhor que isso só completando que ele é chileno, ou seja, sabe muito sobre o país.

Patrício e eu trocamos diversos emails e ele me explicou como funcionava todo o trabalho de tour e fotografia. Separamos meu segundo e terceiro dias na cidade para as fotos que, inicialmente, seriam apenas de looks e posts para o blog (vou mostrar tudo, tenham calma! hahaha), mas viraram um verdadeiro registro de amor nos pontos turísticos de Santiago. <3

Primeiro dia:

1 – Plaza de Armas

plaza das armas

Fotos: Patrício Fernandez (@fdzpat)

registrando o amor em Santiago (14)

2 – Palácio La Moneda

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3 – Calle Nueva York

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4 – Centro Cultural La Moneda

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5 – Mercado Central

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6 – Museo Bellas Artes

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7 – Museo Histórico Nacional

museo hn 2

8 – Parque Florestal

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9 – Cerro San Cristóbal

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Nove pontos turísticos, ou melhor, onze horas caminhando pela cidade num frio de 10/11ºC. Chegamos acabados no hotel, mas foi super divertido! Patrício nos deixou super à vontade e, a cada ponto turístico, foi nos explicando um pouco mais sobre a capital chilena.

Já o segundo dia foi um pouco mais tenso, pois, além do frio, choveu um bocadinho. No entanto, tínhamos um roteiro a seguir e mais fotos para tirar…

Segundo dia:

1 – Museo de La Memoria y Los Derechos Humanos

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2 – Cerro Santa Lucía

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3 – Calles Paris/Londres

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Como a chuva atrapalhou um bocado o nosso tour, Patrício foi super gentil e adicionou um terceiro dia para que conhecêssemos o Parque Bicentenário (as fotos a seguir foram tiradas no sábado, 12 de setembro).

Terceiro dia:

Parque Bicentenário

registrando o amor em Santiago (6)

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Foi a primeira vez que registrei uma viagem com um fotógrafo profissional e achei a experiência muito válida! Sem falar na combinação do tour, que otimizou bastante a nossa viagem!

Recomendo demais o trabalho do Patrício não só para os casais, mas para grupos de amigos e famílias que estão indo passear em Santiago.

E aí, gostaram das fotos?

Jéssica Vieira
Jéssica Vieira
16 de setembro de 2015

Diário de viagem: o polêmico Restaurante Giratorio de Santiago

Chile, Viagem

Quem já foi ou está planejando uma viagem a Santiago, no Chile, certamente já leu e ouviu falar sobre o Restaurante Giratorio, um dos mais polêmicos da cidade.

restaurante giratorio (1)

Como o próprio nome entrega, ele é bastante conhecido por proporcionar aos clientes uma visão panorâmica da cidade, girando lentamente em 360º.

Embora perceptível, o movimento não causa tonturas ou enjoos, então pode-se apreciar tranquilamente o cardápio oferecido pelo restaurante. E é justamente aqui onde começa a polêmica do Giratorio.

Antes de embarcar, ouvi de conhecidos que o lugar era absolutamente “pega-turista”: caro, com atendimento ruim e comida aquém das expectativas. Fui ao TripAdvisor e li váááários comentários, de elogios a reclamações, a maioria de brasileiros.

Como sou o tipo de pessoa que prefere pagar para ver, preferi tirar as minhas próprias conclusões e, ainda no Brasil, fiz uma reserva para a minha primeira noite em Santiago (segunda-feira, 7 de setembro, às 20h30).

restaurante giratorio (4)

Eu, toda feliz, na minha primeira noite panorâmica – e fria – em Santiago

Solicitei uma mesa junto à janela (ventana, em espanhol) para que pudesse, de fato, ter a vista panorâmica da cidade. Prontamente, fui informada via e-mail de que a reserva estava confirmada.

Devido a alguns imprevistos, não consegui chegar no horário e, lá no restaurante, fui informada de que a tolerância máxima é de 10 minutos. Entretanto, o recepcionista foi super simpático e me pediu para esperar um pouco enquanto conseguia outra mesa.

Em menos de dez minutos, meu namorado e eu estávamos sentados numa mesa junto à janela e fomos prontamente atendidos por um garçom bem simpático, que até ensaiou alguns cumprimentos em português. Também pudera: só se escuta português naquele restaurante!

Assim como a maioria dos restaurantes gringos, o Giratorio serve um couvert antes mesmo de fazermos os pedidos.

restaurante giratorio (6)

Pães, margarina e um molhinho com azeite. Simples, mas gostoso

Na hora de escolher o prato principal, fiquei muito indecisa, pois as opções são várias e muita coisa me parecia gostosa… hahaha Mas foquei no meu prato favorito (camarão) e escolhi “Camarones andinos, salsa finas hierbas y queso de cabra con arroz perla“.

restaurante giratorio (3)

Particularmente, achei tudo muito saboroso e olhe que sou chata para c@$#¨&$ quando o assunto é comida. Os camarões eram grandes e estavam bem macios (não estavam “emborrachados”, sabem como é?), o arroz num ponto bom e os tomatinhos bem saborosos.

Já meu namorado pediu “Chuletitas de Cordero Magallánico al ajillo” (resumidamente, costelas de cordeiro).

restaurante giratorio (5)

Achamos a porção da carne bem satisfatória e o prato, como um todo, muito saboroso mesmo (eu também provei, né?! Precisava contar para vocês, oras!).

De sobremesa, pedimos “sorvete de frutas tropicais com banana e calda de chocolate”. Na prática, o que veio foi  sorvete de maracujá com um bolinho industrializado de chocolate e zero banana. Um ódio mortal, pois eu estava psicologicamente preparada para a calda de chocolateeeeeee…  #ódio

Não tirei foto porque o sorvete ia derretendo e eu fui toda confiante de que aquele bolinho era calda… Enfim, vocês hão de entender…

Para beber, pedi suco de laranja e uma taça de vinho carménère maravilhoso sugerido pelo garçom. Já meu namorado pediu duas cervejas, uma importada e outra artesanal. Total da conta: $52.000 pesos chilenos, o equivalente a R$260 para duas pessoas.

Vamos às impressões?

Restaurante Giratorio: É pega-turista?

Vamos ser racionais e objetivos? Todo restaurante que proporciona uma vista panorâmica de uma cidade é. Quem é que trabalha diariamente numa cidade e vai almoçar ou jantar num restaurante cujo objetivo principal é proporcionar uma visão panorâmica de um lugar que essa pessoa já conhece???  Turista, gente!

Turista viaja para ver, em pouco tempo, o que um nativo vê todo dia!

É caro?

Para os padrões de Aracaju, sim, mas talvez não seja para os padrões Rio/São Paulo/Brasília. Foram dois pratos principais, sobremesa, bebidas (suco, cervejas e uma taça de vinho). Fazendo as contas bem rapidamente, tem restaurante sergipano sem vista para a cidade que cobraria bem mais por isso…

A comida é boa?

Sim, é! Li vários comentários negativos sobre temperos (pouco sal, pouco açúcar, pouca comida, pouco isso, pouco aquilo…), mas vamos lá: você viaja para outro país, que tem outra culinária, que utiliza outros temperos e tem uma forma de preparo diferente da que você está acostumado. Se é para sair de casa querendo a comida da mamãe, melhor nem pegar o avião.

É preciso entender que o Brasil, devido à colonização e à imigração, possui uma culinária absolutamente diversificada, além da notável dimensão territorial, que provoca contrastes dentro do próprio país. Esse cenário não pode ser comparado ao do Chile e a de tantos outros países. Além disso, temos também uma cultura horrível do desperdício, que não é vista em outros países da América do Sul e da Europa, por exemplo, que vivenciaram guerras e escassez de alimentos.

Isso faz com que estranhemos a proporção da comida no prato em outros países, bem como a forma de temperá-la, mas é necessário entender que se trata de uma questão cultural.

A comida de um restaurante se resume a dois adjetivos (podendo incluir advérbios de intensidade): boa ou ruim. Diferença de tempero não pode – e nem deve – comprometer a qualidade de uma comida, pois isso é gosto pessoal.

Atendimento

Tanto o recepcionista como o garçom que nos atendeu foram bastante cordiais. Este, por sinal, tirou todas as nossas dúvidas na escolha dos pratos e das bebidas.

Não sei muito bem o que as pessoas esperam de um bom atendimento. Eu, por exemplo, espero cordialidade e eficiência. O mínimo de qualquer profissão, né?! E isso, ao menos na minha experiência, foi bastante perceptível.

Eu diria que a experiência foi válida, sobretudo pelo ambiente e pela vista que o Restaurante Giratorio proporciona. Para quem está com viagem marcada e quiser conferir (é preciso fazer reserva antecipadamente):

Restaurante Giratorio
Endereço: Avenida Nueva Providencia, 2250, Piso 16, Providencia-Santiago
Site: www.giratorio.cl
Telefone: (56) -2- 2232 1827

Você também já foi ao Restaurante Giratorio? Conte aqui nos comentários a sua experiência.

*O nome “Giratorio” foi escrito sem acento em respeito à ortografia da Língua Espanhola.

Jéssica Vieira
Jéssica Vieira
15 de setembro de 2015

Sobre viagens com excesso de bagagem

Crônicas

Fazer as malas para ir a outra cidade, estado ou país é ter a oportunidade de, no retorno, exceder bagagens e não pagar absolutamente nada por isso.

Não falo de compras, embora ame fazê-las, mas de algo cuja validade é eterna: o conhecimento. E é uma pena que nem todo mundo saiba valorizar isso.

Com a internet, viajamos antes mesmo de entrarmos no avião. Pesquisamos o mapa do local, vemos as fotos dos principais pontos turísticos, lemos os depoimentos de quem já esteve nas lojas, bares e restaurantes mais badalados, sabemos onde encontramos a melhor cotação da moeda estrangeira e memorizamos, inclusive, as placas das ruas por onde – ainda – vamos passar. Tudo pronto, graças a um sinal de internet minimamente considerável.

Não estou questionando a tecnologia até porque também me utilizo dela, mas toda vez que entro num ônibus ou num avião me pergunto se sabemos de verdade para onde estamos indo.

excesso de bagagem

Foto: Pinterest

Viajamos para um lugar que almejamos conhecer ou para onde queremos que os outros vejam que fomos? Desbravamos caminhos ou percorremos destinos prontos, fabricados e já percorridos?

Fiquei pensando nisso enquanto visitava o “Museo de La Memória y Los Derechos Humanos” em Santiago, no Chile. Um local repleto de informações sobre um país que viveu uma dos cenários mais devastadores da Ditadura Militar em toda a América Latina. Uma aula de cultura, política, ideologia e sociedade assistida por poucos se comparada aos demais pontos turísticos da cidade.

Também pudera: não rende fotos para o Instagram ou para o Facebook. Não rende curtidas e muito menos popularidade. Rende apenas conhecimento, algo que está visivelmente oculto e, para muitos, esse é um excesso de bagagem que pesa.

Pesa o fato de desfazer um roteiro pronto, produzido em série, minimamente cronometrado. Pesa o fato de perder-se em meio a ruas e avenidas já vistas em todos os detalhes através do Google Street View. Perder-se? Imagina! Tempo é valioso demais e não se pode ir aonde ninguém foi. Não está no mapa, não há avaliações…

No museu, ouvi de um guia de turismo: “Ninguém nunca me pediu para vir aqui”. Fiquei pensando em como alguém vai a um país sem sequer conhecer a sua história. Pelas fotos? Pelos pontos turísticos? Ah, sinceramente, melhor abrir um Photoshop que passar horas sentada numa cadeira apertada de avião. Gasta menos. Tempo e  dinheiro. E se economiza um peso que, sinceramente, há quem não consiga carregar.

Se eu trabalhasse na imigração, perguntaria a todo turista o porquê de ele querer conhecer aquele país. Primeiro porque sou curiosa mesmo (intrusiva, já diria um conhecido). Segundo porque tenho certeza de que muita gente nem se faz essa pergunta e viaja só para fazer foto em ponto turístico.

Não, pensando bem, não iria dar certo. Com a quantidade de gente que eu deportaria, os países teriam um rombo na economia e as filas no meu guichê seriam intermináveis. Melhor continuar sendo jornalista mesmo…

Continuando…

É claro que pontos turísticos fazem parte de toda e qualquer viagem. Façamos poses em vários deles. Mas também procuremos saber qual o prato típico daquela cidade em vez de reclamarmos da falta de feijão com arroz no almoço; perguntemos quanto custa o salário mínimo daquele país em vez de reclamarmos dos preços dos objetos; comparemos clima, vegetação, colonização, educação e entretenimento antes de tecermos comentários meramente preconceituosos e vazios diante de uma realidade que não, não é a que vivemos.

E por não vivê-la não entendamos estarmos alheios a ela. Viajar não é fazer as malas, é desprender-se do que se leva dentro delas e absorver o que mais ninguém vê. Um excesso de bagagem para uma vida inteira.

Ao errarmos um caminho, há grandes chances de nos depararmos com uma paisagem ou uma confeitaria até então desconhecidas. Ao conversarmos com o garçom, o taxista ou a vendedora da loja, poderemos ser surpreendidos por dicas que só quem mora por ali poderia nos fornecer. Ao pararmos no meio de uma praça, despretensiosamente, inúmeras informações nos chegarão através dos olhares das pessoas. Ao entrarmos num museu cheio de história, voltamos mais aptos a entendermos a nossa.

Da próxima vez em que for planejar uma viagem, deixe espaço na mala para as surpresas, para os imprevistos, para os novos sabores, para as descobertas, para uma nova amizade, para novos aprendizados.

Conhecimento nunca é demais e tê-lo como excesso na bagagem deveria ser obrigatório. De preferência, com direito a carimbo escrito “Volte quando quiser saber mais!”

Jéssica Vieira
Jéssica Vieira