01 de abril de 2019

Escrever, definitivamente, é uma arte e sumir um pouco faz parte

blog deixe-me contar

Esses últimos meses sumidinha aqui do blog me deram a certeza de que escrever, definitivamente, é uma arte, um processo minucioso, interno e solitário que requer bem mais que o cobiçado “dom com as palavras”. Aliás, acho bonito – e até poético – ouvir que um escritor tem o dom da palavra. Sem dúvidas, ele é mesmo algo muito necessário, mas está longe de ser o mais importante dentro da construção de um texto. Pelo menos para quem o escreve.

Quem o escreve precisa lidar, antes de tudo, com sentimentos. Se não os próprios, os de seus eu-líricos, mas sempre seus. E talvez seja esse o ponto mais difícil dessa arte que, para mim, é a mais linda de todas: olhar para dentro e esperar que o sentimento faça sentido, faça palavra.

Mas essa espera, no entanto, não é tão simples nem rápida quanto parece. Exige tempo, amor e paciência. Às vezes, exige ainda que se faça silêncio e foi isso que fiz por aqui nos últimos quatro meses.

escrever é uma arte

Mesmo me fazendo presente lá no Instagram (@blogdeixemecontar) e, eventualmente, no YouTube, quem é mais assíduo aqui no blog estranhou a minha ausência, mandou mensagem, e-mail, deu um jeito de perguntar se estava acontecendo alguma coisa… E, embora eu me sentisse acolhida com cada mensagem de carinho, não sabia como explicar o inexplicável até mesmo para mim: eu não estava conseguindo transformar os meus muitos sentimentos em palavras.

Quanto mais eu me esforçava, mais sentia que escrever se tornava difícil. A sensação era a de que eu não sabia mais como fazia, sabe? Como se a minha alma tivesse tirado férias sem me consultar e, pior, sem dizer quando – e se – voltaria.

Muita coisa contribuiu para essa “pane no sistema” que me deixou bastante assustada, confesso. Coisas graves, de ordem pessoal, profissional e até judicial, inclusive. Coisas que exigiram muito do meu tempo, da minha paciência, da minha saúde e da minha paz, mas que não foram capazes de diminuir a minha força e a minha fé de que tudo se restabeleceria mais rápido do que eu imaginava.

Agora que as cosas estão voltando aos seus devidos lugares e que estou conseguindo – aqui da cama- colocar em palavras o que estou sentindo, vejo com nitidez que tudo o que aconteceu foi extremamente necessário para me fazer reavaliar propósitos. Pessoais e profissionais.

Vejo o quanto a minha profissão é socialmente poderosa e o quão responsável precisa ser o meu ato – e a minha arte – de comunicar. Vejo como a minha palavra pode ser útil e encorajadora. Vejo que o espaço que eu criei para contar tantas histórias serve de sorrisos largos ou abraços apertados para muita gente… vejo o quão valioso é esse caminho onde o que se escreve precisa fazer sentido.

Acho que ter um “tiuti” para escrever foi a forma que o meu corpo e a minha mente encontraram de me dizer que parar um pouquinho também é necessário para seguir em frente e com coragem.

Então, que sigamos, pois o mais difícil eu acabei de conseguir. Tô de volta, gente! <3

Jéssica Vieira
Jéssica Vieira
18 de novembro de 2015

10 dicas eficientes para você escrever melhor

Cotidiano

Quem me acompanha por aqui sabe que, desde criança, tenho paixão por escrever. ♥ Não sei bem explicar como tudo isso começou, mas o fato é que nunca me vi sem um lápis e um papelzinho nas mãos, mesmo quando eu sequer imaginava que seria jornalista.

Adulta, transformei esse hábito em trabalho e, não raramente, recebo e-mails com elogios aos meus textos (muito obrigada, gente!) e com perguntas sobre como escrever melhor.

Confesso que nunca sei muito bem por onde começar, mas separei 10 dicas para você encarar a escrita como algo prazeroso e, a partir daí, soltar as palavras que existem dentro de você!

Vamos começar?

Imagem: Pinterest

Imagem: Pinterest

1- Inclua a leitura na sua rotina

Sei que é meio clichê, mas é praticamente impossível escrever bem sem que haja um contato rotineiro com a leitura. Assim, procure separar um tempinho do seu dia para ler sobre coisas com as quais você se identifica e que atiçam a sua curiosidade.

Lendo sobre o que gosta, você terá mais chances de assimilar informações, conhecer vários pontos de vista e de expressar o seu posicionamento no papel – ou na tela do computador.

2 – Anote palavras desconhecidas e procure-as no dicionário (tenha um dicionário, por favor!)

Sabe aquela redação sobre as férias, que você odiava escrever na volta às aulas? Se você pudesse reescrevê-la hoje, ela teria as mesmas palavras? Claro que não! Nosso vocabulário é ampliado a cada leitura e, consequentemente, nossa escrita vai ganhando outro “corpo”, mais coerente, dando sentido ao que queremos dizer.

Assim, ao encontrar uma palavra desconhecida, anote-a e vá imediatamente ao dicionário verificar o seu significado, bem como seus sinônimos e aplicações. Use o Google se – e somente se – não existir qualquer exemplar do “pai dos burros” ao seu redor.

3 – Compre uma gramática

Sei que muita gente tem pavor à gramática devido às dificuldades na conjugação verbal da Língua Portuguesa, mas é preciso entender que esse livrinho (que eu amo!) é um manual necessário para que todos – ao menos na escrita – possam se comunicar de forma compreensível.

Quando vamos estudar outra língua, qual é a primeira coisa que compramos? Uma gramática. De Inglês, de Francês, de Italiano, de Alemão… Cada uma delas com suas regras de escrita e com seus graus de dificuldade, mas todas garantindo vários recursos para escrever melhor. :)

4 – Não tenha medo de perguntar

“É com J ou com G?”, “Tem hífen?”, “Devo colocar crase?”, “Como fica essa palavra depois desse – maldito – acordo ortográfico?” Quem nunca, minha gente?

Dúvidas todos nós temos e jamais devemos nos envergonhar de tê-las, principalmente sobre algo tão vivo como a Língua Portuguesa. Não sabe como se escreve? Pergunte. Não custa nada e você ainda ganha conhecimento.

5 – Tenha um diário

Se você ama escrever, mas não sabe por onde começar, tenha um diário! Já falei sobre esse meu hábito por aqui e, sem dúvidas, é uma excelente opção para descarregar as ideias (as dúvidas, as raivas, as angústias, os amores não correspondidos, os correspondidos… tudo! hahaha)

6 – Se “bloquear”, pare

Por mais que a escrita esteja no seu cotidiano, ela exige um mínimo de concentração. Em alguns momentos, você vai ficar diante de um papel – ou de uma folha do Word – e, acredite, nada vai sair da sua mente.

A não ser que você esteja fazendo uma redação para algum concurso ou para o Enem, pare. O “bloqueio” nada mais é que a sua mente dizendo que está focada em outra coisa. Vá dar uma volta, assistir a um filme, ler um livro, buscar inspiração em alguma coisa que você acha legal. Na volta, palavras brotarão. Acredite!

7 – Transforme a escrita num hábito diário

Anotar um recado, escrever um e-mail (ou uma carta) para aquele amigo que está distante e enviar mensagens de texto pelo celular sem as abreviações do “internetês” são apenas alguns exemplos de oportunidades diárias para um bom exercício da escrita.

Com o passar do tempo, você perceberá que escrever se tornará um hábito, muito mais fácil – e divertido – do que imaginava.

8 – Peça a alguém para ler os seus textos

Quando escrevemos, é comum deixarmos escapar alguma palavra, acentuação ou pontuação. De tanto lermos aquele texto, os olhos já não enxergam as falhas e o material final acaba sempre tendo “algo para consertar”.

Acontece até nos melhores jornais e revistas e é por isso que todos eles contam com um revisor de texto. Dessa forma, não tenha medo nem vergonha de pedir a alguém para dar uma olhadinha no que você escreveu. Além de conferir se está tudo certo, a pessoa pode dizer o que achou e se entendeu a mensagem que você quis passar.

9 – Escolha palavras de fácil compreensão

Não existe coisa pior que começar a ler um texto cheio de palavras rebuscadas e de difícil compreensão. Além de chato, isso mostra que quem o escreveu só teve uma preocupação: aparecer!

Para escrever melhor, procure utilizar palavras que acompanhem o seu raciocínio, sem grande esforço. Um bom texto é aquele que é claramente compreendido, sem a necessidade de se perguntar a todo instante “Mas, afinal, o que ele quis dizer?”.

10 – Escrever é arte. Errar faz parte.

Se você quer escrever melhor, saiba que os erros fazem parte do trajeto. O que não pode é travar diante de cada um deles e achar que não vai conseguir continuar.

Aliás, para escrever melhor é preciso errar e continuar. Sempre. <3

Jéssica Vieira
Jéssica Vieira