10 de junho de 2015

Estilo Barbie: da caixa para o seu guarda-roupa

Moda

Se você tem mais de 25 anos, sabe exatamente o que significava ter uma Barbie na estante durante a sua infância. Se ela estivesse acompanhada de uma Ferrari vermelha ou de uma casa rosa então… ostentação e riqueza puras! hahahaha

estilo barbie - instagram

Mas acima do fascínio em ter uma boneca Barbie, o que me encantava de verdade eram as roupas que ela usava, o Estilo Barbie de ser! Vestidos, saias, blusas, sapatos e acessórios incrivelmente perfeitos. Por isso fiquei completamente alucinada quando descobri, no fim do ano passado, que a boneca mais estilosa do mundo tem um… Instagram!

Sim, podemos acompanhar a rotina da Barbie no @barbiestyle . A proposta é de que a boneca realmente pareça real, em cenários do cotidiano (do dela, claro, pois não dá para estar em Paris, Nova Iorque, Roma etc diariamente sendo uma mera mortal, né?!).

Como amo o estilo dela desde criancinha, separei aqui algumas tendências que são fonte de inspiração para quem gosta de peças coloridas, elegantes e delicadas. Um charme só pra gente dar vários coraçõezinhos no insta! <3

1 – Estilo Barbie: Vestidos de festa

estilo barbie - festaCom predominância de tecidos nos tons de dourado, vermelho e preto, os modelos são, sem dúvidas, os mais lindos, elegantes e glamorosos que uma boneca pode ter. No Estilo Barbie, há reproduções fiéis de clássicos como Valentino, Chanel e Armani, um luxo só! De forma geral, são modelos bastante atemporais, mas há alguns próprios para serem admirados através de caixas ou fotos, pois tanto pano, babado e cauda são inviáveis na vida real…

2 – Estilo Barbie: Saias com cintura marcada

estilo barbie - saiaAssim como a Barbie, peças com cintura marcada e saia ampla são as minhas favoritas da vida! Delicadas, românticas e ultra femininas, compõem o estilo chamado Ladylike, que despontou com o estilista Christian Dior, na década de 1950, quando a mulher passou a se tornar mais feminina e glamorosa. No Estilo Barbie, as peças geralmente têm uma paleta de cores delicadas e compõe desde looks causais a looks festivos, sem medo de errar porque ele é arraso garantido!

3 – Estilo Barbie: Vestidos

estilo barbie - vestidosSe fôssemos imaginar o closet da Barbie, sem dúvidas, os vestidos seriam mais da metade dele! Seja nas bonecas da prateleira ou no instagram da Barbie, a variedade deles é imensa (e desleal com as pobres mortais)! Delicados e coloridos, são ótimas inspirações para ir ao trabalho, dar um passeio no parque, fazer compras no shopping ou ir a um happy hour no comecinho da noite. Podem falar o que quiserem, mas que a Barbie sabe ser prática, ela sabe sim! =)

4 – Estilo Barbie: Praia

estilo barbie - praiaTá, além da pouca variação de estampas, os biquínis são bem largos se comparados aos que estamos acostumadas a usar, mas acho legal a variação da parte superior. A forma dos recortes valoriza o busto – grande – dela, e os modelos são uma ótima opção para quem gosta de looks mais comportadinhos. Nunca usei maiô, mas usaria esse da foto fácil, fácil!

5 – Estilo Barbie: Acessórios

estilo barbie - acessóriosQue menina nunca enlouqueceu com a variedade de sapatinhos, bolsas, pulseiras e tiaras da Barbie? Que mulher não gostaria de ter várias dessas peças no guarda-roupa? Tudo tão fantástico que eram vendidas caixas apenas com os acessórios da boneca! Hoje, as bolsas com detalhes em dourado, os sapatos com fecho no tornozelo e as pulseiras (dentre inúmeros outros itens) estampam as fotos do Instagram e nos dão inspiração para looks lindos!

6 – Estilo Barbie: Meia estação

estilo barbie - meia estaçãoBotas, meia-calça, tricô, cardigãs, blusas mais fechadinhas e com tecidos mais “quentinhos”… Ah, o outono! Amo muito e tenho vontade de usar TUDO (apesar de a estação ser praticamente inexistente aqui no nordeste…)! Falando nisso, onde será que vende esse tricô listrado lindo de viver????

Gostaram dos looks? Quais deles vocês levariam para casa?

Jéssica Vieira
Jéssica Vieira
03 de junho de 2015

O fim da CAPRICHO e uma adolescência em flash back

Cotidiano

A Editora Abril anunciou o fechamento daquela que, desde a década de 1950, foi considerada a maior revista feminina do Brasil, a CAPRICHO.

É verdade que a internet proporcionou um outro panorama no que diz respeito à informação e que o mercado editorial brasileiro passa por uma grande crise, mas –sendo bem honesta e realista – esses não são os motivos que levam ao fim uma revista, principalmente uma revista que se sobrepôs a trancos e barrancos numa época em que a mulher – seu público-alvo – sequer tinha seus direitos questionados.

Bom, eu poderia escrever linhas a fio sobre esse lado da questão (na verdade, eu fiz isso na minha monografia, intitulada “Do fútil ao necessário: uma abordagem da Revista CAPRICHO sobre a perspectiva das adolescentes”), mas vim aqui para falar sobre o encerramento de um meio de comunicação que fez – e fará – parte da vida de tantas mulheres.

Lembro-me como hoje da primeira CAPRICHO que comprei e da minha felicidade ao folhear a revista. Queria ler tudo de uma vez, mas naquele cuidado que a gente tem com as coisas valiosas, sabe?! Na capa, uma chamada sobre como conquistar o menino dos seus sonhos; na entrevista principal, Valéria Piassa Polizzi, uma garota que pegou AIDS do primeiro namorado e escreveu o livro “Depois daquela viagem” (se ainda não leu, vale imensamente!).

Passei a adolescência lendo sobre os meus ídolos da época (leia-se Sandy), moda, beleza, comportamento e sexo. Fiz mais testes da revista do que os da escola + faculdade + pós-graduação + mestrado. Reunia as amigas num cantinho da quadra do colégio (Anne, Danny e Vanessa, beijo!) para ler a mais nova edição, comentar, trocar ideias. Ia na casa das vizinhas mais velhas (Lu e Juciara <3) ler todas que eu ainda não tinha visto. Minha vida não era a CAPRICHO, mas a CAPRICHO era parte da minha vida, sim!

Quantas de vocês falaram sobre sexo ou drogas com os pais de vocês? Quantas tiveram uma melhor amiga para tirar dúvidas sobre o primeiro beijo ou a primeira transa? Quantas puderam compartilhar medos e sonhos com alguém? É fácil avaliar namoro, sentimentos, anseios e incertezas de quem tem 15 anos com olhos de quem já passou pela experiência e sabe que, no final, nada tem a dimensão do que realmente parece. Acontece que, aos 15 anos, não estamos no final, estamos no começo.

Isso era tão evidente para mim que briguei com o departamento inteiro de Jornalismo da universidade para mostrar que, de fútil, a única coisa que eu via era o excesso de preconceito das pessoas. Foi difícil porque os acadêmicos da área só querem saber de jornal impresso e TV. Falou em revista e em revista para mulher… ninguém dá a mínima!

Mas por quê?

Você está no consultório esperando ser chamada por horas. Qual a primeira coisa que procura? Uma revista. Você vai viajar e, mesmo ouvindo a musiquinha no celular, o que compra na primeira banca que encontra? Uma revista. Confesse: “Vi num site”, ainda que seja renomadíssimo, nunca será a mesma coisa de um “Vi numa revista”. Nunquinha mesmo.

Revista é o meio de comunicação que mais se entrelaça com o leitor. É um caso de amor impresso no papel, documentado, fácil de ser levado aonde quiser. É por isso que dói quando acaba.

E eu aposto todas as revistas que me restam se você – de 20 a 35 anos – não está aí de coração partido por não ter um exemplarizinho para contar história.

Jéssica Vieira
Jéssica Vieira
27 de abril de 2015

“O importante é vestir a alma”: uma conversa franca sobre moda com Cris Guerra

Moda
moda intuitiva - cris guerra 1

(Fotos: Arthuro Paganini)

No início de abril, o Moda Riomar Cosmopolitan trouxe a Aracaju a publicitária e blogueira Cris Guerra para falar sobre o assunto que dá nome a um de seus livros: Moda intuitiva.

Num bate papo leve, sincero e descontraído, ela conversou comigo sobre como a moda sempre esteve ligada à sua vida e como a importância de um autoconhecimento pode evitar a compra de desejos que não são nossos, inclusive os da vitrine! E foi enfática: “É de inovação que o mercado brasileiro está precisando”.

Confira a entrevista na íntegra!

Deixe-me contar – No prefácio do livro Moda intuitiva, a Mary Arantes [designer de acessórios] diz que “antes de combinar cores e formas, você combina tudo na alma”. Como você consegue desenvolver uma relação com a moda de dentro para fora num universo em que ela é produzida no caminho inverso?
Cris Guerra – Sempre digo que a moda está associada à minha vida desde o dia em que nasci. Do álbum de infância ao look de hoje, as roupas dizem muito do que fui e sou, revelam todas as minhas histórias. E não acho que seja diferente com as outras pessoas. Um dia você acorda se sentindo um mulherão; no outro, uma menina; no seguinte, mais descontraída ou reservada e assim por diante. Quando vestimos uma roupa, vestimos nosso estado de espírito.

moda intuitiva - cris guerra 2

Deixe-me contar – Foi sob essa perspectiva que você escolheu o nome do seu blog?
Cris Guerra – Na verdade, o primeiro nome em que pensei foi Com que roupa?, mas já haviam registrado o domínio… [risos] Então, rapidamente, pensei em Hoje vou assim. A ideia foi despretensiosa, eu queria mostrar que era possível me vestir de várias formas, a cada dia, com peças que já estavam ali, no guarda-roupa. Sem saber, acabei criando o primeiro blog de looks diários do Brasil.

Deixe-me contar – Mas, depois, dele, surgiram tantos que nem o Google dá conta. Você acha que ainda há espaço para quem quer ingressar no mercado dos blogs de moda?
Cris Guerra – Acho que temos muita coisa da mesma e, nesse sentido, estamos saturados. Em todas as profissões, há espaço para quem inova e é de inovação que os blogs de moda estão precisando. Não é porque a blogueira “X” faz isso e tem sucesso que eu também tenho que fazer. Já recusei inúmeras propostas que me trariam ganho financeiro, mas que não condiziam com a minha personalidade. É isso, é preciso ter personalidade.

moda intuitiva - cris guerra 3

Deixe-me contar – Do estado onde você nasceu (MG), saem grandes nomes de blogueiras, designers, estilistas e marcas de roupas, sobretudo as de festa. Seria a moda a mais nova riqueza mineira?
Cris Guerra – Nossa! Eu não sei te dizer isso [risos]. Nós temos, sim, um mercado de moda bem estruturado, principalmente porque contamos com a Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG) e com uma divulgação conceituada, que é o Minas Trend. Realmente, temos uma moda festa bem estruturada. Mineira gosta de brilho, do glamour da noite… Mas temos bordados incríveis também. Ah, mas vocês do Nordeste também têm coisas incríveis!

Deixe-me contar – A criação e a concepção da moda estiveram, por muitos anos, atreladas aos estilistas internacionais. Hoje, percebe-se que os estilistas brasileiros estão ganhando certo espaço. Por que tardamos tanto a emplacar se temos um mercado tão consumidor?
Cris Guerra – De forma geral, o brasileiro tende a valorizar o que está em evidência no exterior e isso não é diferente no universo da moda. Temos bons estilistas, mas repetimos tendências, conceitos e isso não impulsiona carreira alguma. Talvez por isso tardamos a emplacar. No entanto, recentemente, tivemos o reconhecimento internacional de nomes brasileiros de muita personalidade, a exemplo de Ronaldo Fraga, Patrícia Bonaldi, Martha Medeiros e Oskar Metsavaht. Estamos engatinhando.

Deixe-me contar – Com tanto look do dia, as pessoas supõem que você gosta muito de shopping…
Cris Guerra – E gosto! Mas não única e exclusivamente para comprar. Eu gosto do shopping pelo que ele traz pra mim. Pelas cores, pela criatividade, pela dimensão que ele me proporciona. Hoje, por conta do meu trabalho, ganho muita coisa, mas sei o que de fato veste a minha alma.

Jéssica Vieira
Jéssica Vieira