01 de julho de 2018

Aos domingos, com carinho

Crônicas

De todos os dias da semana, domingo é aquele que me faz cafuné na alma. É o dia em que aproveito o silêncio das ruas para ouvir com atenção o que pulsa aqui dentro; é o dia em que olho com cuidado e carinho para todas as versões de mim mesma e para tudo o que foi construído até aqui através delas; é o dia em que, ao abrir os olhos, sem sair da cama, ainda tenho a inocente mania de fazer planos “infalíveis” para uma vida inteira. Quem nunca? Eu, aos domingos.

aos domingos - com carinho

Não faço a menor ideia de como nasceu esse meu “ritual”, mas me lembro muito bem de fazê-lo na adolescência e de desenvolvê-lo despretensiosamente ao longo dos anos, a ponto de se transformar na coisa mais gostosinha da minha rotina e de me fazer muito feliz. ❤️

Aos planos “infalíveis”, fui acrescentando o meu chocolate quente, a paciência para com os meus defeitos, algumas músicas para aquecer o coração, um bom livro e um pequeno arsenal de cremes para cuidar da cútis (coisa que aprendi com a CAPRICHO e que me rendeu um ótimo resultado, só pra você saber, ok?).

Acho bonito reunir num dia tão leve tantas versões de mim mesma, sem desmerecer ou priorizar qualquer uma delas.

A menina que, mesmo ciente dos atropelos da vida, não perde a essência de sonhar deve andar de mãos dadas com mulher que pisa firme pelos caminhos que escolheu. Uma não se constrói sem a outra. Ninguém anda sem as melhores versões que fez de si.

Aos domingos, também olho com doçura para o tempo, para o riso e para o pranto. Observo com atenção como se encaixam perfeitamente e, ao final, fazem tudo ter sentido.

Vibro com as coisinhas mais simples, danço pela casa sem preocupação, canto em voz alta, ligo para alguém especial, como um doce e, claro, também me recolho no sofá e choro pelas tantas saudades que apertam o peito. Quem nunca? Eu, aos domingos.

É o dia do balanço na rede, do almoço delicinha, do banho demorado, do cheirinho de lavanda, do tempo ao tempo e do “fazer nada” que vale muito.

Aos domingos, com carinho. Quem nunca?

Jéssica Vieira
Jéssica Vieira