Desde a semana passada tento escrever uma crônica sobre a amizade, mas não consegui a tempo de publicá-lá hoje.
Fui encarada pelo barulho de algumas folhas coloridas jogadas fora e pelo silêncio do branco na folha do Word. Pela primeira vez na vida, não soube o que escrever.
Não soube o que escrever para quem, de perto ou de longe, enche a minha vida de tanto riso, aprendizado e afeto. Não soube escrever para quem me abraça com o olhar e segura a minha mão com tanta firmeza, seja para me dar força, vibrar com uma conquista ou, simplesmente, para me ajudar a atravessar a rua.
Não soube escrever para quem compartilhou salas de aula, quartos de confissões e cozinhas de pequenos desastres. Também não soube escrever para quem coloriu praças, corredores, shows, festas e, evidentemente, o coração.
Não soube escrever para quem desbravou comigo culturas e costumes diferentes. Para quem, sem sequer me conhecer, depositou em mim o que há de mais valioso: a confiança. Não soube escrever para quem devo uma visita, um presente de aniversário ou até mesmo desculpas e explicações.
Não soube escrever para quem escreve, para quem fotografa, para quem cuida da alma, do corpo e do coração. Não soube escrever para quem me perguntou se eu iria escrever hoje.
E quando eu não sei, meus amigos, vocês sabem: eu escrevo do mesmo jeito!
