03 de outubro de 2015

Perdeu os documentos no Chile? Um guia para resolver o problema sem desespero

Chile, Viagem

Antes de mais nada, não se desespere. Se você perdeu os documentos no Chile, a primeira coisa que você precisa fazer é manter a calma.

Respirou fundo? Vamos lá:

Na sexta-feira pela manhã, quando meu namorado e eu estávamos nos arrumando para conhecer a neve, demos falta da carteira dele. Reviramos tudo e… nem sinal de vida! A nossa última lembrança da carteira era a do pagamento do táxi na noite anterior, na porta do hotel onde estávamos hospedados. Não sabemos ao certo se a carteira caiu no táxi ou na porta do hotel, mas o fato é que, nela, estava a carteira de identidade dele, documento com o qual ingressou no Chile.

Tendo em vista a necessidade de apresentar o documento à Polícia Internacional na saída do país e à Polícia Federal na entrada do Brasil, eis o passo a passo que seguimos para a emissão da Autorização de Retorno ao Brasil (ARO):

perdeu os documentos

1 – Confira se o Documento de Imigração está com você

Não importa se você ingressou no país com o passaporte ou a identidade. Quando passou pela Imigração, você recebeu um papel com seus dados pessoais, carimbado com a data de chegada ao país. Verifique se ele está com você. Em caso afirmativo, você precisará estar com esse documento nas etapas posteriores. Em caso negativo, saiba que você conseguirá retornar ao país sem problemas. Continue lendo.

2 – Junte todos os outros documentos que comprovem a sua viagem ao país

Voucher da hospedagem e passagens aéreas de ida e volta para o Brasil, bem como passagens internas no país (se houver) são suficientes.

3 – Se tiver cópia dos documentos perdidos em seu e-mail ou algum drive, imprima

Antes de viajar, muita gente salva os documentos em e-mails ou pastas localizadas em drive/nuvem. Caso você os tenha, será necessário imprimi-los.

4 – Vá ao Departamento de Polícia Internacional mais próximo e faça uma carta de ocorrência (o nosso B.O)

Munido de todos os documentos, compareça ao DPI e discorra sobre como e onde perdeu os documentos (informe também tudo o que havia na carteira). Caso você não fale espanhol, explique devagar, pois a língua portuguesa será compreendida pelos policiais. Eles já estão habituados a esse tipo de procedimento.

4 – Tire quatro fotos 5X5 com fundo branco  (estilo passaporte)

Elas serão necessárias para que seu novo documento seja emitido.

4 – Entre em contato com o Consulado do Brasil no Chile

Só depois de ter a ocorrência em mãos e os documentos acima mencionados,  vá ao Consulado Brasileiro e informe sobre a perda dos seus documentos. Não compareça ao Consulado sem esse material, pois o funcionário do órgão vai solicitar que você retorne ao passo 1. O objetivo do Consulado, nesse caso, é o de apenas emitir a Autorização de Retorno ao Brasil (ARO), ok?

MUITO IMPORTANTE: O Consulado do Brasil no Chile funciona de segunda a sexta.  No entanto, nos finais de semana, há um funcionário plantonista responsável, dentre outras coisas, pela emissões de ARO. Nesse caso, ao ligar para o Consulado, uma gravação informará o número celular do plantonista e você, provavelmente, terá que comparecer à residência dele.

No site do Consulado, está claro que perda/roubo de documentos não se trata de emergência, uma vez que “não representa riscos à saúde ou à segurança de cidadãos brasileiros brasileiro”, mas na prática eles resolvem o problema, sobretudo para evitar transtornos referentes a troca/cancelamento de passagens.

5 – Munido da sua Autorização de Retorno ao Brasil (ARO), guarde-a com segurança

Agora que você certamente está mais calmo, GUARDE ESTE PAPEL COMO SE FOSSE A SUA VIDA! Se perdê-lo, não vai ter choro nem vela, hein?!

6 – No aeroporto do Chile

Basta entregar a sua ARO à polícia de imigração e, se for curioso, repare na quantidade de autorizações entregues por pessoas que cometeram o mesmo deslize que você :)

7 – No aeroporto do Brasil

Repita o procedimento anterior, mas preparado psicologicamente para a nossa tão conhecida burocracia. Uns minutinhos de impaciência, mas já já você estará em casa e isso é o que importa!

Com a gente deu tudo certo e todos os profissionais chilenos envolvidos no processo foram super simpáticos e prestativos.

Como sei que muita gente pode acessar esse post por motivos de desespero, procurei ser o mais objetiva possível. Nessas horas, é o mais sensato a se fazer. Perdeu os documentos? Foi roubado? Não dá para voltar atrás e o único foco, a partir de então, é resolver o problema.

Resolvido? Então vamos comemorar com um carimbo novo! :)

Jéssica Vieira
Jéssica Vieira
25 de setembro de 2015

Valle Nevado e Farellones: o dia em que eu vi a neve!

Chile, Viagem

Juro a vocês que, quando estava organizando minha viagem ao Chile, nem me lembrava que poderia ver a neve tão de perto. Obviamente, eu pensava “Vou ver a Cordilheira! Vou ver a Cordilheira!”, mas em momento algum me atentei para a neve em si, sabe?

valle nevado e farellones 4

No caminho para o Valle Nevado

Ao contar sobre a viagem para alguns amigos, todos eles me perguntaram se eu iria conhecer as estações de esqui, sobretudo as do Valle Nevado e Farellones, Inclusive, os que tiveram a oportunidade de conhecê-las me disseram que a experiência era super divertida.

Comecei a me animar e, ainda no Brasil, mandei e-mail para várias agências que fazem o passeio Santiago/ValleNevado e Fareloones (É importante lembrar que essas não são as únicas estações existentes no Chile, mas sim as mais conhecidas, ok?). Dentre as agências que me pareceram mais confiáveis, escolhi a SnowTours, cujo dono é um brasileiro.

Pontualmente às 6h45 da sexta-feira, 11 de setembro, a van da agência estava nos esperando na porta do hotel. Buscamos mais um grupo em outro hotel próximo e, de lá, seguimos viagem.

No meio do caminho, a parada de praxe: aluguel das roupas apropriadas para a neve. Não adianta tentar fugir, pois ainda que você não queira “brincar na neve”, a temperatura das estações estará abaixo de zero e seu tênis do coração vai escorregar no primeiro passinho que você der por lá. Assim, meu bem, será preciso alugar: botas, calças, jaqueta e luvas.

valle nevado e farellones 1

O look mais bizarro e divertido da minha vida

A brincadeira, obviamente, não é barata: botas PC$ 5.000; calças PC$ 8.000; jaqueta PC$ 8.000 e luvas PC$ 8.000, o que totaliza, em média, R$ 160. Como o valor do aluguel das luvas era o mesmo do de compra, preferi comprá-las (as para aluguel estavam absolutamente sujas e fedidas).

Logo de imediato, senti meus pés congelarem e fui informada por uma colega de grupo que seria necessário comprar meias mais grossas, pois assim aliviaria a dor. Após a compra (PC$ 4.000), senti uma leve melhora, mas meus pés continuavam a congelar.

Depois de algumas curvas em direção a Farellones (não sei quantas, eu dormi! hehehe), paramos para algumas fotos e foi a partir daí que a minha chateação começou.

“Cinco minutos para fotografar!”, disse a guia. Fiquei me perguntando quem consegue tirar a câmera ou o celular com luvas apropriadas para a neve, escolher um local para fotografar, disputá-lo com o resto do grupo e voltar para a van em cinco minutos. QUEM? Consegui UMA foto por pura sorte.

Ao chegarmos a Farellones, fomos informados (pela mesma guia) de que precisaríamos comprar naquele momento todos os ingressos que quiséssemos para as atividades na neve. Com horários das 13h às 14h, estourando, pois, segundo ela, subiríamos para o Valle Nevado e ficaríamos lá apenas uns 40 minutos, já que nosso almoço e nossas atividades se concentrariam mesmo na volta a Farellones. (Oi???)

Fiquei sem entender, pois o e-mail do Otávio, dono da agência, pareceu muito claro: “Vocês ficarão de 1h30 a 2h no Valle Nevado e mais 1h30 a 2h em Farellones”. Fora que achei muito impositivo da parte da guia dizer onde o grupo teria que almoçar. Fiquei – e ainda estou – completamente aborrecida com a situação.

Subimos para o Valle Nevado e, lá, ficamos apenas os 40 minutos. É, querido leitor, não foi fácil conviver com a guia… Mas sigamos, afinal de contas, ver a paisagem completamente coberta de neve é encantador.

valle nevado e farellones

AMO essa foto! <3

No pouco tempo que tive, aproveitei para tirar algumas fotos e tomar um chocolate quente (delícia!) no restaurante da estação. Foi nessa hora que, finalmente, meus pés deram uma acalmada e eu pude andar pela neve com mais tranquilidade.

No horário e local combinados, nós e outro casal ficamos esperando a guia e… nada!!!! A bonita já havia descido com parte do grupo para encontrar a van e, ao perceber que não estávamos, voltou com a cara mais feia do mundo para nos buscar.

Durante o retorno a Farellones, muitos já estavam bastante chateados, mas a nossa festa, efetivamente, começaria a partir dali. E, finalmente, foi o que aconteceu!

Lanchei no El Montañes e, imediatamente, fui para a cadeirinha (PC$ 8.000), uma atividade que proporciona uma visão panorâmica da estação. Morro de medo dessas coisas, mas não é que achei o máximo?! Super divertido e, de lá de cima, pude ver as partes onde ninguém vai. Gente, é um branco tão branco e tããããaãão lisinho que chega a ser inacreditável! :)

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Cadeirinha para a vista panorâmica

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Meu nome é coragem! :)

Quando desci, brinquei um pouco na neve #likeaElsa e pude ver claramente que ela nada mais é que aquele gelo do congelador naquela geladeira antiga que todo mundo já teve um dia! Só que numa proporção absurdamente maior, né?! kkkkkkk

Ficamos cerca de uma hora e meia em Farellones e, mesmo com todo o estresse e falta de profissionalismo da guia, foi divertido. É uma experiência incrível para quem, assim como eu, nunca tinha visto neve na vida. Recomendo muito a visita às estações de Valle Nevado e Farellones, mas não iria novamente com a SnowTours. Pelo que vi, exietem outras agências que fazem o passeio pela mesma faixa de preço (PC$ 26.000) e têm melhores avaliações dos turistas.

Para que vocês possam ver um pouco da minha experiência, fiz um Vlog no canal do Blog lá no Youtube! É o primeiro vídeo que faço por lá, então,  por favor, já assistam dando um “gostei!” e se inscrevendo, tá?! :)

Uma recomendação:

Ainda que pareça contraditório, é imprescindível o uso de protetor solar na ida a qualquer estação de neve. Ao incidir sobre o branco, o sol reflete a luz muito mais forte na sua pele e, sim, você queima! Por isso, é muito comum o índice de insolação nas pessoas que fazem esse tipo de atividade e eu, mesmo usando filtro solar, fiz parte da estimativa. Minha pele não queimou tanto, mas “descascou” um bocadinho e foi o suficiente para que eu não conseguisse passar hidratante sem sofrer… Protetor sempre!

Quem aí tem vontade de brincar na neve ou já viveu essa experiência? Quero saber aqui nos comentários! Inclusive, com dicas de agência :)

Jéssica Vieira
Jéssica Vieira
20 de setembro de 2015

Trench coat, meia-calça e botinhas no segundo dia em Santiago

Look do dia

Santiago, 6ºC. Foi assim que amanheceu o meu segundo dia na capital chilena e, antes que eu me desesperasse, olhei a previsão para as próximas horas: 10ºC.

Na dúvida entre permanecer embaixo do edredom quentinho ou vestir toda a mala para sair na rua ((exageraaaada!), encarei a segunda opção e, por cima, vesti a peça mais queridinha do meu guarda-roupas: o meu Trench Coat.

trench coat no chile parte 2 (2)

Fotos: Patrício Fernadez

Dez em cada dez livros de moda dizem que o Trench Coat é uma peça indispensável no guarda-roupas de inverno de toda mulher. Elegante, charmoso, quentinho, fácil de combinar, sempre achei esse casaco o exemplo da sofisticação, mas frio é uma coisa rara no nordeste brasileiro e, consequentemente, trench coat é algo que nunca será visto por aqui.

Comprei o meu ano passado, numa liquidação da Burberry durante o intercâmbio em Barcelona, e, de lá pra cá, ele tem sido meu companheiro inseparável de viagens (não tenho outro lugar para usá-lo, gente! hahahaha). Tanto é que foi a primeira peça a ser colocada na mala do Chile. Na de mão, claro!

trench coat no chile parte 2 (3)

O modelo que escolhi é o de meia-estação, mas com uma roupa quentinha por baixo ele segurou super bem o frio em Santiago (não dá pra ver, mas estou usando uma blusa de lã e uma saia de tecido mais grossinho).

Para dar um charme e proteger as pernas do frio, meia-calça! ♥ Escolhi o modelo na cor berinjela, pois queria criar um contraste com o cereja do trench coat, e gostei bastante do resultado.

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Nos pés, botas de cano curto. Confesso que, inicialmente, não curti muito o modelo com fivelas, mas essas foram as botas mais confortáveis que já calcei na vida! Sem exageros! Caminhei por ONZE horas e não me causaram um calo sequer!

trench coat no chile parte 2 (1)

Acho que, no frio, não há muito o que fazer, né?! A regra principal é procurar se agasalhar da melhor forma possível. Uma roupa quentinha, um bom casaco e calçados confortáveis já nos deixam prontos (e elegantes) para qualquer ocasião.

E aí, gostaram do look? Quem também curte um trench coat?

Estou usando:

Trench Coat: Burberry
Meia-calça: Lupo
Lenço: Hering
Botas: Mr. Cat

Jéssica Vieira
Jéssica Vieira