Sobre querer bem

Estou escrevendo para dizer que você tinha mesmo razão: um dia, eu iria rir disso tudo e perceber que gostar de alguém passa. Sim, gostar passa, mas você se esqueceu de me avisar sobre “querer bem”, algo que chega devagarzinho e, quando nos damos conta, já ficamos pequenos para comportar tanto sentimento.

Querer bem exige disciplina, cuidado, carinho e atenção. Exige que se olhe o outro por dentro e, ainda que não se conheça absolutamente nada sobre o que o outro diz ou pensa, exige compreensão. Querer bem ainda é capaz de exigir uma boa dose de adrenalina para enfrentar o medo de fazer o outro se decepcionar com qualquer bobagem. E mais: de tão atrevido, querer bem ainda requer maturidade e inocência, juntas, na mesma medida.

Definitivamente, querer bem exige manobras radicais e saltos sem paraquedas e, acredite, para quem morre de medo de qualquer dorzinha boba, isso é muito mais que qualquer ato corajoso do Deus Modi, meu bem.

Eu já me perguntei diversas vezes o que de fato sinto por você, mas depois que o vi indo embora na semana passada, tive certeza de que lhe quero muito bem. E nem ouse me dizer que não estou fazendo uma grande revelação porque nem eu mesma fazia ideia do tamanho do bem que eu te desejo

Cada vez que você me confia um sonho ou uma vontade, torço mesmo para que deem certo. E quando você me descreve detalhadamente as suas conquistas e os seus planos, me fazendo dar risada até doer a barriga, não pense que estou achando tudo bobagem. Na verdade, eu fico leve e feliz quando te vejo bem… e isso me sorri a alma.

Querer bem é se fazer leve, sem o menor esforço e na melhor definição do dicionário: “aquilo que se movimenta sem embaraço”. Querer bem é se movimentar para perto, ainda que hajam distâncias, porque onde se quer o bem, o coração alcança.