25 de setembro de 2015

Valle Nevado e Farellones: o dia em que eu vi a neve!

Chile, Viagem

Juro a vocês que, quando estava organizando minha viagem ao Chile, nem me lembrava que poderia ver a neve tão de perto. Obviamente, eu pensava “Vou ver a Cordilheira! Vou ver a Cordilheira!”, mas em momento algum me atentei para a neve em si, sabe?

valle nevado e farellones 4

No caminho para o Valle Nevado

Ao contar sobre a viagem para alguns amigos, todos eles me perguntaram se eu iria conhecer as estações de esqui, sobretudo as do Valle Nevado e Farellones, Inclusive, os que tiveram a oportunidade de conhecê-las me disseram que a experiência era super divertida.

Comecei a me animar e, ainda no Brasil, mandei e-mail para várias agências que fazem o passeio Santiago/ValleNevado e Fareloones (É importante lembrar que essas não são as únicas estações existentes no Chile, mas sim as mais conhecidas, ok?). Dentre as agências que me pareceram mais confiáveis, escolhi a SnowTours, cujo dono é um brasileiro.

Pontualmente às 6h45 da sexta-feira, 11 de setembro, a van da agência estava nos esperando na porta do hotel. Buscamos mais um grupo em outro hotel próximo e, de lá, seguimos viagem.

No meio do caminho, a parada de praxe: aluguel das roupas apropriadas para a neve. Não adianta tentar fugir, pois ainda que você não queira “brincar na neve”, a temperatura das estações estará abaixo de zero e seu tênis do coração vai escorregar no primeiro passinho que você der por lá. Assim, meu bem, será preciso alugar: botas, calças, jaqueta e luvas.

valle nevado e farellones 1

O look mais bizarro e divertido da minha vida

A brincadeira, obviamente, não é barata: botas PC$ 5.000; calças PC$ 8.000; jaqueta PC$ 8.000 e luvas PC$ 8.000, o que totaliza, em média, R$ 160. Como o valor do aluguel das luvas era o mesmo do de compra, preferi comprá-las (as para aluguel estavam absolutamente sujas e fedidas).

Logo de imediato, senti meus pés congelarem e fui informada por uma colega de grupo que seria necessário comprar meias mais grossas, pois assim aliviaria a dor. Após a compra (PC$ 4.000), senti uma leve melhora, mas meus pés continuavam a congelar.

Depois de algumas curvas em direção a Farellones (não sei quantas, eu dormi! hehehe), paramos para algumas fotos e foi a partir daí que a minha chateação começou.

“Cinco minutos para fotografar!”, disse a guia. Fiquei me perguntando quem consegue tirar a câmera ou o celular com luvas apropriadas para a neve, escolher um local para fotografar, disputá-lo com o resto do grupo e voltar para a van em cinco minutos. QUEM? Consegui UMA foto por pura sorte.

Ao chegarmos a Farellones, fomos informados (pela mesma guia) de que precisaríamos comprar naquele momento todos os ingressos que quiséssemos para as atividades na neve. Com horários das 13h às 14h, estourando, pois, segundo ela, subiríamos para o Valle Nevado e ficaríamos lá apenas uns 40 minutos, já que nosso almoço e nossas atividades se concentrariam mesmo na volta a Farellones. (Oi???)

Fiquei sem entender, pois o e-mail do Otávio, dono da agência, pareceu muito claro: “Vocês ficarão de 1h30 a 2h no Valle Nevado e mais 1h30 a 2h em Farellones”. Fora que achei muito impositivo da parte da guia dizer onde o grupo teria que almoçar. Fiquei – e ainda estou – completamente aborrecida com a situação.

Subimos para o Valle Nevado e, lá, ficamos apenas os 40 minutos. É, querido leitor, não foi fácil conviver com a guia… Mas sigamos, afinal de contas, ver a paisagem completamente coberta de neve é encantador.

valle nevado e farellones

AMO essa foto! <3

No pouco tempo que tive, aproveitei para tirar algumas fotos e tomar um chocolate quente (delícia!) no restaurante da estação. Foi nessa hora que, finalmente, meus pés deram uma acalmada e eu pude andar pela neve com mais tranquilidade.

No horário e local combinados, nós e outro casal ficamos esperando a guia e… nada!!!! A bonita já havia descido com parte do grupo para encontrar a van e, ao perceber que não estávamos, voltou com a cara mais feia do mundo para nos buscar.

Durante o retorno a Farellones, muitos já estavam bastante chateados, mas a nossa festa, efetivamente, começaria a partir dali. E, finalmente, foi o que aconteceu!

Lanchei no El Montañes e, imediatamente, fui para a cadeirinha (PC$ 8.000), uma atividade que proporciona uma visão panorâmica da estação. Morro de medo dessas coisas, mas não é que achei o máximo?! Super divertido e, de lá de cima, pude ver as partes onde ninguém vai. Gente, é um branco tão branco e tããããaãão lisinho que chega a ser inacreditável! :)

valle nevado e farellones 3

Cadeirinha para a vista panorâmica

valle nevado e farellones 2

Meu nome é coragem! :)

Quando desci, brinquei um pouco na neve #likeaElsa e pude ver claramente que ela nada mais é que aquele gelo do congelador naquela geladeira antiga que todo mundo já teve um dia! Só que numa proporção absurdamente maior, né?! kkkkkkk

Ficamos cerca de uma hora e meia em Farellones e, mesmo com todo o estresse e falta de profissionalismo da guia, foi divertido. É uma experiência incrível para quem, assim como eu, nunca tinha visto neve na vida. Recomendo muito a visita às estações de Valle Nevado e Farellones, mas não iria novamente com a SnowTours. Pelo que vi, exietem outras agências que fazem o passeio pela mesma faixa de preço (PC$ 26.000) e têm melhores avaliações dos turistas.

Para que vocês possam ver um pouco da minha experiência, fiz um Vlog no canal do Blog lá no Youtube! É o primeiro vídeo que faço por lá, então,  por favor, já assistam dando um “gostei!” e se inscrevendo, tá?! :)

Uma recomendação:

Ainda que pareça contraditório, é imprescindível o uso de protetor solar na ida a qualquer estação de neve. Ao incidir sobre o branco, o sol reflete a luz muito mais forte na sua pele e, sim, você queima! Por isso, é muito comum o índice de insolação nas pessoas que fazem esse tipo de atividade e eu, mesmo usando filtro solar, fiz parte da estimativa. Minha pele não queimou tanto, mas “descascou” um bocadinho e foi o suficiente para que eu não conseguisse passar hidratante sem sofrer… Protetor sempre!

Quem aí tem vontade de brincar na neve ou já viveu essa experiência? Quero saber aqui nos comentários! Inclusive, com dicas de agência :)

Jéssica Vieira
Jéssica Vieira
17 de setembro de 2015

Diário de viagem: Romantismo nos pontos turísticos de Santiago

Chile, Viagem

Embora eu seja uma pessoa absolutamente romântica e extrovertida, sou muito reservada quando o assunto é relacionamento e, por isso, passei a semana inteira decidindo a melhor forma de escrever esse post.

No entanto, como pensar muito não é muito o meu forte, resolvi não medir as palavras e escrevê-lo como tudo por aqui: com naturalidade.

Longe de casa, eu não teria a Carol (minha fotógrafa-mor da qual eu senti muuuuuita saudade) e fiquei pensando em como faria as fotos em Santiago para colocar no blog.

Não queria arriscar o meu amadorismo, sabe?! Então pesquisei bastante e, através de uma das blogueiras que mais admiro, a Constanza Fernandez (Futilish), cheguei ao contato do irmão dela, o Patrício, que além de fotógrafo, é guia de turismo no Chile.

Melhor que isso só completando que ele é chileno, ou seja, sabe muito sobre o país.

Patrício e eu trocamos diversos emails e ele me explicou como funcionava todo o trabalho de tour e fotografia. Separamos meu segundo e terceiro dias na cidade para as fotos que, inicialmente, seriam apenas de looks e posts para o blog (vou mostrar tudo, tenham calma! hahaha), mas viraram um verdadeiro registro de amor nos pontos turísticos de Santiago. <3

Primeiro dia:

1 – Plaza de Armas

plaza das armas

Fotos: Patrício Fernandez (@fdzpat)

registrando o amor em Santiago (14)

2 – Palácio La Moneda

registrando o amor em Santiago (10)

registrando o amor em Santiago (9)

3 – Calle Nueva York

registrando o amor em Santiago (12)

4 – Centro Cultural La Moneda

registrando o amor em Santiago (11)

5 – Mercado Central

registrando o amor em Santiago (16)

6 – Museo Bellas Artes

registrando o amor em Santiago (18)

registrando o amor em Santiago (17)

7 – Museo Histórico Nacional

museo hn 2

8 – Parque Florestal

registrando o amor em Santiago (25)

registrando o amor em Santiago (28)

9 – Cerro San Cristóbal

registrando o amor em Santiago (31)

Nove pontos turísticos, ou melhor, onze horas caminhando pela cidade num frio de 10/11ºC. Chegamos acabados no hotel, mas foi super divertido! Patrício nos deixou super à vontade e, a cada ponto turístico, foi nos explicando um pouco mais sobre a capital chilena.

Já o segundo dia foi um pouco mais tenso, pois, além do frio, choveu um bocadinho. No entanto, tínhamos um roteiro a seguir e mais fotos para tirar…

Segundo dia:

1 – Museo de La Memoria y Los Derechos Humanos

registrando o amor em Santiago (32)

2 – Cerro Santa Lucía

registrando o amor em Santiago (33)

registrando o amor em Santiago (35)

3 – Calles Paris/Londres

registrando o amor em Santiago (3)

registrando o amor em Santiago (2)

Como a chuva atrapalhou um bocado o nosso tour, Patrício foi super gentil e adicionou um terceiro dia para que conhecêssemos o Parque Bicentenário (as fotos a seguir foram tiradas no sábado, 12 de setembro).

Terceiro dia:

Parque Bicentenário

registrando o amor em Santiago (6)

registrando o amor em Santiago (7)

registrando o amor em Santiago (8)

Foi a primeira vez que registrei uma viagem com um fotógrafo profissional e achei a experiência muito válida! Sem falar na combinação do tour, que otimizou bastante a nossa viagem!

Recomendo demais o trabalho do Patrício não só para os casais, mas para grupos de amigos e famílias que estão indo passear em Santiago.

E aí, gostaram das fotos?

Jéssica Vieira
Jéssica Vieira
16 de setembro de 2015

Diário de viagem: o polêmico Restaurante Giratorio de Santiago

Chile, Viagem

Quem já foi ou está planejando uma viagem a Santiago, no Chile, certamente já leu e ouviu falar sobre o Restaurante Giratorio, um dos mais polêmicos da cidade.

restaurante giratorio (1)

Como o próprio nome entrega, ele é bastante conhecido por proporcionar aos clientes uma visão panorâmica da cidade, girando lentamente em 360º.

Embora perceptível, o movimento não causa tonturas ou enjoos, então pode-se apreciar tranquilamente o cardápio oferecido pelo restaurante. E é justamente aqui onde começa a polêmica do Giratorio.

Antes de embarcar, ouvi de conhecidos que o lugar era absolutamente “pega-turista”: caro, com atendimento ruim e comida aquém das expectativas. Fui ao TripAdvisor e li váááários comentários, de elogios a reclamações, a maioria de brasileiros.

Como sou o tipo de pessoa que prefere pagar para ver, preferi tirar as minhas próprias conclusões e, ainda no Brasil, fiz uma reserva para a minha primeira noite em Santiago (segunda-feira, 7 de setembro, às 20h30).

restaurante giratorio (4)

Eu, toda feliz, na minha primeira noite panorâmica – e fria – em Santiago

Solicitei uma mesa junto à janela (ventana, em espanhol) para que pudesse, de fato, ter a vista panorâmica da cidade. Prontamente, fui informada via e-mail de que a reserva estava confirmada.

Devido a alguns imprevistos, não consegui chegar no horário e, lá no restaurante, fui informada de que a tolerância máxima é de 10 minutos. Entretanto, o recepcionista foi super simpático e me pediu para esperar um pouco enquanto conseguia outra mesa.

Em menos de dez minutos, meu namorado e eu estávamos sentados numa mesa junto à janela e fomos prontamente atendidos por um garçom bem simpático, que até ensaiou alguns cumprimentos em português. Também pudera: só se escuta português naquele restaurante!

Assim como a maioria dos restaurantes gringos, o Giratorio serve um couvert antes mesmo de fazermos os pedidos.

restaurante giratorio (6)

Pães, margarina e um molhinho com azeite. Simples, mas gostoso

Na hora de escolher o prato principal, fiquei muito indecisa, pois as opções são várias e muita coisa me parecia gostosa… hahaha Mas foquei no meu prato favorito (camarão) e escolhi “Camarones andinos, salsa finas hierbas y queso de cabra con arroz perla“.

restaurante giratorio (3)

Particularmente, achei tudo muito saboroso e olhe que sou chata para c@$#¨&$ quando o assunto é comida. Os camarões eram grandes e estavam bem macios (não estavam “emborrachados”, sabem como é?), o arroz num ponto bom e os tomatinhos bem saborosos.

Já meu namorado pediu “Chuletitas de Cordero Magallánico al ajillo” (resumidamente, costelas de cordeiro).

restaurante giratorio (5)

Achamos a porção da carne bem satisfatória e o prato, como um todo, muito saboroso mesmo (eu também provei, né?! Precisava contar para vocês, oras!).

De sobremesa, pedimos “sorvete de frutas tropicais com banana e calda de chocolate”. Na prática, o que veio foi  sorvete de maracujá com um bolinho industrializado de chocolate e zero banana. Um ódio mortal, pois eu estava psicologicamente preparada para a calda de chocolateeeeeee…  #ódio

Não tirei foto porque o sorvete ia derretendo e eu fui toda confiante de que aquele bolinho era calda… Enfim, vocês hão de entender…

Para beber, pedi suco de laranja e uma taça de vinho carménère maravilhoso sugerido pelo garçom. Já meu namorado pediu duas cervejas, uma importada e outra artesanal. Total da conta: $52.000 pesos chilenos, o equivalente a R$260 para duas pessoas.

Vamos às impressões?

Restaurante Giratorio: É pega-turista?

Vamos ser racionais e objetivos? Todo restaurante que proporciona uma vista panorâmica de uma cidade é. Quem é que trabalha diariamente numa cidade e vai almoçar ou jantar num restaurante cujo objetivo principal é proporcionar uma visão panorâmica de um lugar que essa pessoa já conhece???  Turista, gente!

Turista viaja para ver, em pouco tempo, o que um nativo vê todo dia!

É caro?

Para os padrões de Aracaju, sim, mas talvez não seja para os padrões Rio/São Paulo/Brasília. Foram dois pratos principais, sobremesa, bebidas (suco, cervejas e uma taça de vinho). Fazendo as contas bem rapidamente, tem restaurante sergipano sem vista para a cidade que cobraria bem mais por isso…

A comida é boa?

Sim, é! Li vários comentários negativos sobre temperos (pouco sal, pouco açúcar, pouca comida, pouco isso, pouco aquilo…), mas vamos lá: você viaja para outro país, que tem outra culinária, que utiliza outros temperos e tem uma forma de preparo diferente da que você está acostumado. Se é para sair de casa querendo a comida da mamãe, melhor nem pegar o avião.

É preciso entender que o Brasil, devido à colonização e à imigração, possui uma culinária absolutamente diversificada, além da notável dimensão territorial, que provoca contrastes dentro do próprio país. Esse cenário não pode ser comparado ao do Chile e a de tantos outros países. Além disso, temos também uma cultura horrível do desperdício, que não é vista em outros países da América do Sul e da Europa, por exemplo, que vivenciaram guerras e escassez de alimentos.

Isso faz com que estranhemos a proporção da comida no prato em outros países, bem como a forma de temperá-la, mas é necessário entender que se trata de uma questão cultural.

A comida de um restaurante se resume a dois adjetivos (podendo incluir advérbios de intensidade): boa ou ruim. Diferença de tempero não pode – e nem deve – comprometer a qualidade de uma comida, pois isso é gosto pessoal.

Atendimento

Tanto o recepcionista como o garçom que nos atendeu foram bastante cordiais. Este, por sinal, tirou todas as nossas dúvidas na escolha dos pratos e das bebidas.

Não sei muito bem o que as pessoas esperam de um bom atendimento. Eu, por exemplo, espero cordialidade e eficiência. O mínimo de qualquer profissão, né?! E isso, ao menos na minha experiência, foi bastante perceptível.

Eu diria que a experiência foi válida, sobretudo pelo ambiente e pela vista que o Restaurante Giratorio proporciona. Para quem está com viagem marcada e quiser conferir (é preciso fazer reserva antecipadamente):

Restaurante Giratorio
Endereço: Avenida Nueva Providencia, 2250, Piso 16, Providencia-Santiago
Site: www.giratorio.cl
Telefone: (56) -2- 2232 1827

Você também já foi ao Restaurante Giratorio? Conte aqui nos comentários a sua experiência.

*O nome “Giratorio” foi escrito sem acento em respeito à ortografia da Língua Espanhola.

Jéssica Vieira
Jéssica Vieira